Tempo de Moda
no Vestido de Letras

Tons terrosos remetem ao telúrico (ao que é da terra), ao que é do chão, aonde os pés pisam e deixam seus traços. Remetem a sítio, lenço na cabeça, horta, montanha, animais, mão no barro. Aos metais, às rochas, à poeira que dança com o vento. Ao barroso, a terracota e definitivamente a uma certa sobriedade. Por isso mesmo, aos tons terrosos cabe acrescentar algum brilho, sem perder a simplicidade. Acredito que investir em preto, branco e tons terrosos é um bom caminho para a elegância. Ao lado do corpo, da roupa, brotam as flores. A roupa é a base para as cores que girarão em torno dela, que brotarão nas palavras. Sim, estou inspirada pelas imagens da coleção Flyinglow, da Julia Valle. O caminho se constrói é com o pé, sentindo a terra.

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Criei este look no portal Tempo de Moda, onde a criatividade pode gerar combinações interessantes. Mais uma vez, sugiro que experimentem!

Bom fim de semana!

Beijos,

Júlia

Tempo de Moda
no Vestido de Letras

Hoje é sexta-feita, dia de mostrar para vocês uma produção que montei com base na da previsão do tempo para Belo Horizonte. Antes de checar a previsão meteorológica eu já sabia qual seria o clima do dia: frio! Ao me separar do meu querido cobertorzinho, fui recebida por uma pequena amostra de massa polar (exagerooo tivemos hoje a madrugada mais fria do ano), efeito ducha de água fria. Agora sim o inverno chegou e dá pra sentir aquele ventinho gelado que, para o meu paladar, tem gosto de fondue, canjica e vinho (não necessariamente misturados ou nessa ordem). Pois foi do vinho que parti para criar esta combinação colorida e quentinha. Cor ou bebida, o vinho tem um quê de sofisticação e elegância. Traz a sobriedade e discrição do preto junto à irreverência e ousadia do vermelho. Por causa do efeito interessante criado por essas forças opostas, o vinho é uma das minhas cores favoritas (sou super adepta de uma vibe vamp, apesar do amor aos laços e firulas que vocês já constataram, por exemplo, aqui).

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Para a combinação de peças de hoje, parti da calça – que é a peça mais curinga do meu guarda-roupas – e que pode ser usada com as barras dobradas (fica mais estiloso). A segunda peça escolhida foi a camisa de estampa xadrez. Na última temporada de moda ressucitaram o Kurt Cobain e seus companheiros com a retomada de traços da estética grunge (saudades, Smashing Pumpkins!) e eu estava louca para usar alguma peça que tivesse a ver com essa vibe. Como junho acabou de passar, ainda faço minha homenagem a São João. Por cima da camisa, um suéter roxinho para acompanhar a calça, destoando propositadamente em tons. Um sapato “pesadinho” porque todo dia é dia de rock (com salto, como quase sempre) e uma bolsa assim, gostosinha, molinha, de saquinho (preferidas). Taí: combinação quentinha e com vida, um toque de Kurt e outro de João.

Vocês também podem exercitar a criatividade e experimentar a criação de looks no Tempo de Moda. Funciona como um guarda-roupas virtual, você cria combinações variadas a partir das várias peças disponíveis sem ter que ficar, de fato, tirando as peças do armário e trocando de roupas. Dá pra se divertir!

Ah preparem-se as temperaturas vão cair ainda mais e parece que na madrugada de amanhã de sábado para domingo a mínima chegará a 12 graus. Sorte que o sol está aí pra esquentar. Por enquanto, nada de chuva.

Beijos,

Júlia

Look do dia com Arte:
vestir-se de tons noturnos

E se o look do dia fosse o efeito da transposição de uma música para o corpo? Como transpor os sons, a melodia, o tom de uma canção para este outro espaço, de carne e osso? Como deixar o corpo habitar-se pelas notas? A música toca o corpo, as roupas também – em camadas distintas. Como misturá-las? Como se expressar musicalmente, de outro modo? Quando escutei The Operation, da atriz e cantora Charlotte Gainsbourg (Londres, 1971-), veio o desejo de encarar o desafio. Me coloquei diante da canção e assisti o clipe como quem lê/olha/escuta atentamente, catando grãos de vozes, palavras, sons, murmúrios, movimentos, cores, olhares, gestos. Busquei menos o sentido da canção e mais a sua outra letra, a dos grãos – olhares desencontrados, uma delicada voz feminina   sussurrada, a estética noturna, um certo peso na batida. A composição resultante baseia-se numa combinação de tons terrosos e  escuros, de sombras criadas pelas luzes noturnas, de uma certa melancolia que o romance envolve. A batida da música me levou a escolher peças de peso: uma blusa cuja trama escura contrasta com a delicadeza do bordado, uma saia em cor de terra, um cinto com fivela marcante, um sapato cheio de detalhes. Na boca, o vermelho. O corpo misturado à terra, ao asfalto, à noite.

cabelo1

sombras

foco

sapato

rosto

sapatospendurados

metadecorpo Top: Coven/Saia:Espaço Fashio/Sapato: Luiza Barcellos/Cinto: Zara

Fotografia: Carolina Homem

Um abraço e boa semana!

Júlia