Obras de Frida Kahlo

O que se pode escrever e criar a partir da obra de Frida Kahlo não é suficiente para produzir o mesmo efeito/tom da língua e das imagens criadas pela ousada artista. O filósofo Gilles Deleuze afirma que os escritores criam uma língua nova, uma língua dentro da língua. Uma pintora, por sua vez, arranha o mundo com seu traço, criando assim um mundo dentro do mundo. Trago aqui, fragmentos do mundo de Frida Kahlo que são de uma força e de uma riqueza de detalhes absurdas. Convido vocês a olharem para essas obras como quem aprecia cada ponto da costura de um vestido.

My dress hangs there, 1933

My dress hangs there, 1933

Fulang Chang and I, 1937

Fulang Chang and I, 1937

Self Portrait with a monkey, 1938

Self Portrait with a monkey, 1938

What the water gave me, 1938

What the water gave me, 1938

The Two Fridas, 1939

The Two Fridas, 1939

The Broken Column, 1944

The Broken Column, 1944

Self-Portrait, 1948

Self-Portrait, 1948

Nas obras de Frida, as rendas, os adornos e os tecidos coloridos – marcados pela delicadeza – aparecem em meio a outros elementos fortes, por vezes trágicos e impactantes. O corpo da mulher ocupa a cena de modo central, misturando-se a outros elementos da natureza, por laços de afeto. Podemos identificar em muitas obras de Frida elementos da estética surrealista. No primeiro quadro aqui apresentado, por exemplo, um vestido – esta peça que tantas vezes representa a feminilidade – aparece pendurada, magestosamente e estranhamente – entre um troféu e uma privada. O que isso quer dizer? Não poderemos saber exatamente. Ao ler a obra de Frida não precisamos buscar um sentido, podemos nos deixar levar pela força do sem-sentido, tão potente, tão feminino.

Vamos que vamos em nossas leituras e pesquisa. Moda com arte.

Boa semana!

Um beijo,

Júlia