Tempo de Moda
no Vestido de Letras

Previsao_26_07_2013

A produção de hoje foi criada com base na previsão do tempo – como sempre acontece no Tempo de Moda – e inspirada em um videoclipe do Washed Out que uma querida amiga (Luisa Horta) me apresentou. O clipe é repleto de flores coloridas, assim como este vestido florido que fisgou meus olhos desde a primeira vez que o vi, em uma vitrine. Coloquei o vestido duplicado porque entrei na onda meio psicodelic-India do clipe. 🙂

Acho interessante peças com fundo preto e estampas florais vibrantes. Este tipo de combinação/estampa tem aparecido muito em editoriais e desfiles pelo mundo afora. Quanto ao coturno, considero uma peça chave (com meia calça preta fica super charmoso). Contrastando com outras peças que têm um “cheirinho” mais romântico (ou não), conferem uma força e um peso legais às produções. Como gosto de peças mais delicadas, vez ou outra acrescento uma bota deste tipo para sair do romantismo meloso, do mamão com açúcar, do visual boa moça. O cinto eu acrescentei como uma aposta. Teria que testar se fica bem no corpo, sobreposto ao vestido que tem desenhos tão grandes na estampa. Mas acho que vestidos deste tipo pedem um cinto na cintura alta, para marcar e dividir a silhueta (pelo menos no caso de quem se assemelha mais a um retângulo ou triângulo, como eu). Como o cinto que escolhi tem uma fivela com formato mais clássico,  pode “bater” de uma forma legal com o coturno. Cabelo preso, batom, um pouco de lápis de olho e rímel. Pronto, fui!

Vestidofloral_3

Recomendo irem ao site Tempo de Moda (parceiro do Vestido de Letras) criarem vocês mesmos. Há várias peças disponíveis e vocês podem montar suas galerias de fotos, que podem servir de painel de inspirações no dia-a-dia. Além disso, muitas peças estão em promoção, com preços bons. Recomendo.

Beijinhos,

Júlia

Look do dia com Arte:
vestir-se de tons noturnos

E se o look do dia fosse o efeito da transposição de uma música para o corpo? Como transpor os sons, a melodia, o tom de uma canção para este outro espaço, de carne e osso? Como deixar o corpo habitar-se pelas notas? A música toca o corpo, as roupas também – em camadas distintas. Como misturá-las? Como se expressar musicalmente, de outro modo? Quando escutei The Operation, da atriz e cantora Charlotte Gainsbourg (Londres, 1971-), veio o desejo de encarar o desafio. Me coloquei diante da canção e assisti o clipe como quem lê/olha/escuta atentamente, catando grãos de vozes, palavras, sons, murmúrios, movimentos, cores, olhares, gestos. Busquei menos o sentido da canção e mais a sua outra letra, a dos grãos – olhares desencontrados, uma delicada voz feminina   sussurrada, a estética noturna, um certo peso na batida. A composição resultante baseia-se numa combinação de tons terrosos e  escuros, de sombras criadas pelas luzes noturnas, de uma certa melancolia que o romance envolve. A batida da música me levou a escolher peças de peso: uma blusa cuja trama escura contrasta com a delicadeza do bordado, uma saia em cor de terra, um cinto com fivela marcante, um sapato cheio de detalhes. Na boca, o vermelho. O corpo misturado à terra, ao asfalto, à noite.

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sombras

foco

sapato

rosto

sapatospendurados

metadecorpo Top: Coven/Saia:Espaço Fashio/Sapato: Luiza Barcellos/Cinto: Zara

Fotografia: Carolina Homem

Um abraço e boa semana!

Júlia

Look do dia com Arte:
a lady with a cat

A Lady with a cat, Giovanni Boldini (___)

A Lady with a cat, Giovanni Boldini

A jovem e o gato retratados neste quadro de Giovanni Boldini (1842-1931) se movem continuamente diante de meus olhos. A variação da intensidade das cores, o fora de foco do fundo da pintura, as silhuetas alongadas – que de certo modo se misturam com a paisagem – tudo isso cria um efeito impressionante. O detalhe das cores aqui, tão sutilmente empregadas, tão finamente colocadas, geram um efeito inesperado e delicado. Toques evidentes de azul e amarelo em tons vivos são o suficiente para tornar o quadro colorido e para fazê-lo pulsar ainda mais vida. Trata-se de um retrato divertido, em que o gato aparece como o centro das atenções. Quis brincar com as cores e o tema deste quadro, transpondo traços dele para o corpo.

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As fotos foram tiradas no Museu Abílio Barreto, em Belo Horizonte. O Museu é lindo e compreende – além de um amplo jardim – dois prédios, um mais recente e outro mais antigo, sendo o último um casarão que foi a sede da Fazenda do Leitão, ainda no Arraial do Curral Del Rey (primeiro nome de Belo Horizonte). O casarão foi construído em 1883 pelo curralense José Candido Lúcio da Silveira, tataravô da Carol, fotógrafa do blog. 🙂

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Blusa: Gallerist/Calça: Pop Up Store/Sapatos: Imporium/Bolsa: Maria Filó

Ainda faremos mais fotos no Museu Abílio Barreto. Há muitos espaços e elementos para se explorar por lá. Aliás, no prédio novo há o Café do Museu, que é lindo e aconchegante. Os pratos não são baratos, mas vale ir para tomar um café e comer uma sobremesa. No dia das fotos Carol e eu tomamos um chocolate quente e comemos um cheesecake. (Café do Museu: Avenida Prudente de Morais, 202 mezanino – Cidade Jardim – Belo Horizonte/MG. Tel: (31) 3291 5320)

E já que estamos falando de gatos, trago mais uma obra, desta vez caseira. Vejam os felinos que vivem brincando ao meu redor: Pandu e Menina.

Look do dia: preto, branco e vermelho

Tenho colocado bastante pensamento e desejo neste blog. É interessante o processo de criação de um blog quando se parte de um desejo de escrita, invenção, compartilhamento. A coisa vai se moldando aos poucos. Ao mesmo tempo, preciso, em certa medida, direcionar a criação, escutar sua voz. Penso este espaço precisa ser sempre banhado pelas artes e pelas letras. Cada vez mais. Desejo articular ainda mais as diversas formas de expressão: moda, arquitetura, pintura, escrita, desenho, dança, música, cinema, design, etc. Isso será um estímulo a mais para as minhas pesquisas e para as nossas composições. Vocês verão! Mas, para tanto, talvez eu abra mão, pelo menos por enquanto, das dicas relacionadas a alimentação e saúde – como as da tag “Segunda Magra” – para que o blog tenha uma direção mais clara. O que vocês acham?

Francesca da Rimini and Paolo Malatesta, 1819

Francesca da Rimini and Paolo Malatesta, Jean-Auguste Dominique Ingres (1819)

Bem, hoje lanço uma nova tag: look do dia da pintura. Se recorremos a tantas fotos para inspirar as nossas composições, por que não recorrer a imagens extraídas do universo das pinceladas?! Achei que a proposta pode ser divertida e rica! Inspirada pelo clima geral de “romantismo” (?) do dia dos namorados, trago esta imagem criada pelo pintor francês Ingres (Jean-Auguste Dominique Ingres, 1780-1867), autor de alguns dos looks que aparecerão aqui. O traço de Ingres foi marcado pelo realismo, uma graça ligada à tradição e um elogio aos detalhes sutis. Em Francesca Da Rimini and Paolo MalatestaFrancesca usa um vestido justo no tronco e amplo da cintura (alta) para baixo. Bom para afinar a silhueta (vejam que o detalhe branco na cintura contribui para “acinturar” o corpo). Um cinto também cairia bem. A gola canoa dá um charme super especial ao corpo da mulher – é super sexy, pois deixa o colo à vista -, elegante e ainda contribui para a ilusão de que alguns quilinhos se foram em questão de segundos. Nada de colar pois o vestido já possui detalhes na parte posterior e um acessório poderia pesar. Que delicadeza e charme do penteado que inclui o detalhe da fita! Um penteado faz mesmo muita diferença. Make neutra (nada). E, por fim, o ponto alto da produção: a mistura de cores – preto branco e vermelho. A Olívia Palito adoraria! Essa mistura sempre vai bem – na minha opinião -, ainda mais quando o look inclui peças clássicas. É chique, feminino, elegante e traz sobriedade e diversão para a cena. A Moschino sempre aposta nesta mescla.  Vejam, abaixo, algumas produções da marca (a qual adoro!). Ingres e Moschino conversam.

Moschino SS/2011

Moschino SS/2011

Espero que tenham gostado dessa nova tag e que possam se inspirar no look de hoje, criado há mais de um século e tão atual.

Até!