Look do Dia com Arte:
o laço

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Foi graças a essas mesmas obras que nos inspiraram ontem a compor nossas cerejas-pompons (ver post), que fui atrás de um laço de fita. Veio como um impulso e um desejo. Na busca pelo objeto em causa, encontrei um laço cor de rosa com penas, que condensava os dois laços das meninas retratadas nas pinturas de Luks. O ato de vestir o laço e me ver enfeitada fez disparar a fantasia, que transpôs meu corpo para um universo que nem sei bem colocar em palavras (mas que tentamos representar nas imagens): infância, cor, natureza, Alice, música, dança, balé, suavidade, leveza, flores, paz. É impressionante como um objeto que encobre o corpo pode disparar memórias, materializar sonhos e fantasias. Incorporei o laço e todas cenas se materializaram a partir disso. É curiosa a relação entre os ornamentos, a roupa, o corpo e os efeitos simbólicos e imaginários produzidos pela combinação desses elementos, que incidem no real do corpo.

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 Tricot: Zara/Saia: Vintage/Laço: Accessorize/Sapato: Lalizhilv/ Acessórios: acervo

Fotografia: Carolina Homem

Girl with Pink Ribbon, George Benjamin Luks

Girl with Pink Ribbon, George Benjamin Luks (1867-1933)

Girl with Pink Ribbon, George Benjamin Lucks (1867-1933)

Girl with Pink Ribbon, George Benjamin Luks (1867-1933)

Espero que tenham gostado das fotos e deste capítulo do Vestido de Letras. O processo foi delicioso e divertido! A proposta é criar com o que se veste, experimentar novos lugares no mundo a partir das composições criadas e do que elas disparam.

O processo de compor estas cenas trouxe suavidade para a minha semana. Espero que traga para a de vocês também.

Beijos,

Júlia

Look do dia da Pintura:
a bailarina e o gato

Ballerina with a black cat, Pierre Carrierre Beleuse

Ballerina with a black cat, Pierre Carrier-Belleuse (1851-1933)

O gato, este ser esguio, elegante e preciso em cada mínimo gesto, nos conduz, delicadamente, à bailarina, outro ser dotado dessas admiráveis qualidades. O gato e a bailarina se aproximam por semelhança e compõe um quadro de Pierre Carrier-Belleuse, pintor francês que se dedicava a retratar a delicadeza dos corpos das jovens dançarinas. Nesta obra, o olhar do gato e o da moça se assemelham, bem como seus corpos delicadamente relaxados e precisamente posicionados. O contraste aparece entre a cor do vestido – em tom rosa claro, salmonado, com pitadas de branco – e o pêlo escuro do animal. O tule – marca clássica do balé – forma uma moldura em torno dos corpos. A sapatilha está lá, magestosa, em destaque.

A figura da bailarina condensa tantos sonhos, significados, enigmas, tanta beleza, tanto imaginário, que diversos pintores se dedicaram a representá-las (ver as bailarinas de Dégas). Como afirma Chico Buarque, “só a bailarina que não tem…” todas as agruras do mundo. A bailarina só tem leveza, destreza, beleza. A bailarina veste-se impecavelmente e sustenta como ninguém seu corpo e os adornos que o envolvem. A bailarina não pode ser um ser vivo como os outros. Como ela rodopiaria tão rapidamente e cairia justamente no mesmo ponto, se humana fosse? Qual é o seu segredo? É, a bailarina não deve ser gente como a gente. Pelo menos se vista de longe. De longe, mas em nós, pois ela gira pelas nossas fantasias. Quem sabe seja uma letra a bailarina. Uma letra que, em movimento, produz encanto e alimenta o ideal. Abaixo, algumas idéias de como se vestir desta letra-bailarina.

Chloé, Verão 2011

Chloé, Verão 2011

Dior, Outono/Inverno 2012/13

Dior, Outono/Inverno 2012/13

Chanel, Verão 2011

Chanel, Verão 2011

Chloé, Verão 2011

Chloé, Verão 2011

Maria Bonita Extra, Inverno 2011

Maria Bonita Extra, Inverno 2011

Cavalera, Primavera-Verão 2010/11

Cavalera, Primavera-Verão 2010/11

Observação: não precisa ficar tão rígida quanto as bailarinas. Pode dar uma requebrada.

Voa, voa, letra-bailarina!

Bom dia para vocês!

Quero saber o que vocês estão achando do blog. Bjins