Voando e traçando rumos

ModaCamp

Na última quinta-feira (06/06), voei para São Paulo para apresentar a proposta do The Written Style no ModaCamp 2013. O evento, que teve como tema “Criação, Estilo, Comunicação e Negócios na indústria fashion”, reuniu, nos dias 05 e 06 deste mês, estilistas, designers, jornalistas, blogueiros, empresários, executivos e outras figuras cujos interesses e ofícios são ligados à moda, para compartilhar ideias e experiências. O evento aconteceu no IED (Instituto Europeo di Design), uma rede educacional internacional que oferece cursos nas áreas de moda, design e comunicação visual. Aliás, para quem está buscando alguma formação em moda, o IED é uma opção interessante. O Instituto (infelimente) só tem sedes em São Paulo e Rio de Janeiro, mas oferece cursos de extensão e de férias (!).

ModaCamp_visaogeral_2

MocaCamp_visaogeral_1

ModaCamp_plateia_1

ModaCamp_plateia_2

A participação no evento foi uma surpresa para mim e aconteceu como um relâmpago. Estive lá no segundo e último dia do evento. Na semana anterior, uma amiga me disse que havia visto no site Petiscos uma chamada para inscrições no Painel de idéias para conteúdos online sobre moda do ModaCamp 2013. Os selecionados para o Painel apresentariam seus projetos para uma banca composta por especialistas e receberiam conselhos (uma espécie de consultoria) com vistas a potencializar seus projetos. Felizmente, a proposta do The Written Style foi aprovada (dentre dezenas de outras propostas) e lá fomos nós! Junto a dois outros grupos de blogueiros e administradores de sites, apresentei o conceito do blog para uma banca – composta por Deborah Bresser, editora executiva do site Petiscos; Edgard Pitta de Almeida, consultor de mídias sociais e co-fundador do site Fashion Bubbles;  Maria Rita Spina Bueno, diretora de operações da Anjos do Brasil; e Déborah Lopes, publisher do Tempo de Moda – e para a platéia. Após a apresentação, cada um dos integrantes da banca falou de suas impressões sobre o projeto, fez uma leitura crítica e deu sugestões. Foi uma experiência muito rica. Além de passar por esse “exame” (nada fácil, ainda mais para mim, que venho de outra área) e contar com essa consultoria, pude conhecer outros projetos, pescar idéias, clarear algumas questões e sentir que de fato o que me chama é a poesia, a criação, a invenção, a expressão da singularidade, a busca da construção do estilo. Na viagem de volta, passei um tempo bom com a Lú Ferreira, do Chata de Galocha, e, mais uma vez, tirei muitas dúvidas e troquei muitas idéias. Ela investe no blog dela (que eu admiro e visito) desde 2007 e teve a generosidade de responder a várias perguntas minhas. Uma querida.

Constanza Pascolato também estava na platéia. Ela foi a homenageada do evento.

Constanza Pascolato também estava na platéia. Ela foi a homenageada do evento.

Lú Ferreira, do Chata de Galocha, deu uma palestra sobre blogs e a nova geração de leitores e consumidores no campo da moda.

Lú Ferreira, do Chata de Galocha, deu uma palestra sobre blogs e a nova geração de leitores e consumidores.

ModaCamp_projeto

Trocando idéias com a Débora, do Tempo de Moda.

Trocando idéias com a Débora, do Tempo de Moda.

ModaCamp_eu_2

Fiquei pensando muitas coisas a partir desta experiência. Certamente esses pensamentos irão se refletir aqui no blog. Novidades a vista!

Agradeço aos representantes do IED e especialmente ao Ricardo Perucchi pelo acolhimento no ModaCamp 2013. Vida longa ao evento!

Vamo que vamo! Boa semana para nós!

Wishlists: lidando com o insustentável desejo de ter

www.zara.com

www.zara.com

A moda provoca desejo. Vemos as novas produções de um designer e as desejamos. Lemos uma revista de moda com belas imagens e desejamos. Caminhamos por um centro comercial window shopping, observando as novas tendências e, muitas vezes, desejamos. Observamos a bela produção que envolve o corpo de uma amiga, de uma desconhecida pelas ruas ou de alguém que seguimos no Instagram e desejamos. Lemos blogs de moda e desejamos (cada dia algo novo). O mercado da moda disponibiliza constantemente novos objetos de desejo. Baseia-se em uma potencialidade (algo a se concretizar que trará mais satisfação para os nossos corpos), em uma esperança (de ser um sujeito mais satisfeito e realizado a partir da posse de determinado produto). Ou seja, a moda aponta sempre para um futuro, para um vir-a-serPor isso, podemos destacar o aspecto virtual da moda que diz respeito, justamente, a isso que ainda não é, mas que será. Algo imaginado ainda a ser consumado, consumido.

O mercado e a industria da moda valem-se do aspecto insaciável do desejo, produzindo sempre novas esperanças. Parecemos ter a liberdade de escolher o que quisermos (pelo menos dentro dos limites de nosso poder aquisitivo), mas, de fato, somos induzidos a consumir continuamente bens e formas de utilizá-los. Quando não conseguimos responder ao imperativo do consumo (efeito da combinação de nosso modo de gozar com os mecanismos de mercado), muitas vezes, ficamos frustados.

Por isso, precisamos pensar sobre a moda e o desejo. Precisamos inventar, também – dentro da questão do estilo – uma forma de se colocar no mundo como consumidores. Precisamos criar uma forma de consumo sustentável e singular, adaptado ao nosso gosto e estilo de vida . Isso faz parte do estilo. Por isso gosto muito do blog Um ano sem Zara. Joana, a autora, inventou uma forma de consumir que a livrou de continuar sendo engolida pelo mercado da moda e sem ter que abrir mão de suas criações. De minha parte, confesso que ainda estou tentando inventar meu estilo de consumo. Sou muitas vezes ultrapassada pelo desejo de ter e acabo gastando o que não deveria. O fato de pensar e escrever sobre moda tem me ajudado a lidar melhor com meus impulsos. Além da escrita, criei uma outra estratégia (que também envolve a escrita): compor listas de desejo. Sempre tive mania de fazer listas e, há algum tempo, tenho também a mania de navegar pela internet e observar as novidades nas lojas online. Então, o que faço é criar wishlists (tanto nas próprias lojas quanto em um caderninho de papel) das peças e tendências que mais gosto. Crio listas e mais listas e isso sacia grande parte das minhas vontades imediatas (na grande maioria das vezes não compro os produtos), além de evidenciar para mim mesma os meus gostos e me orientar quando, de fato, vou fazer minhas compras. Bem, é isso. Funciona no meu caso e é bastante divertido. O trabalho no sentido da redução também é interessante: disso tudo, o que realmente quero?

Acima, alguns ítens da minha wishlist de produtos da Zara e, abaixo, minha wishlist do Net-a-Porter:

Moschino, McQueen & Karl Lagerfeld at NetaPorter.com

Moschino, McQueen & Karl Lagerfeld at NetaPorter.com