Tempo de Moda
no Vestido de Letras

Tons terrosos remetem ao telúrico (ao que é da terra), ao que é do chão, aonde os pés pisam e deixam seus traços. Remetem a sítio, lenço na cabeça, horta, montanha, animais, mão no barro. Aos metais, às rochas, à poeira que dança com o vento. Ao barroso, a terracota e definitivamente a uma certa sobriedade. Por isso mesmo, aos tons terrosos cabe acrescentar algum brilho, sem perder a simplicidade. Acredito que investir em preto, branco e tons terrosos é um bom caminho para a elegância. Ao lado do corpo, da roupa, brotam as flores. A roupa é a base para as cores que girarão em torno dela, que brotarão nas palavras. Sim, estou inspirada pelas imagens da coleção Flyinglow, da Julia Valle. O caminho se constrói é com o pé, sentindo a terra.

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Criei este look no portal Tempo de Moda, onde a criatividade pode gerar combinações interessantes. Mais uma vez, sugiro que experimentem!

Bom fim de semana!

Beijos,

Júlia

Pitty Braga:
cabelo e maquiagem com estilo

Este Vestido de Letras está cada dia mais especial! Confesso que esta pesquisa prática que o blog proporciona tem efeitos sobre o corpo. Olho roupas pensando em obras de arte. Penso em mistura de cores a partir do que leio. Tudo vai se misturando e, ao mesmo tempo, se depurando: traços e significantes vão decantando, deixando restos que marcam mais claramente o estilo deste corpo que vos escreve.
Talvez a maior riqueza deste Vestido de Letras seja poder tecer a várias mãos, olhares, incluindo modos de leitura diversos. Afinal, se não fosse por isto, a publicação dos posts não se justificaria. Escreveria e guardaria aqui, em minha gavetinha, em meu corpo. Ou compartilharia com os que encontro e troco de todo modo. Com a publicação, a transmissão mais difundida e veloz tem lugar.
Valendo-me disso proposta, hoje venho transmitir para vocês uma experiência e uma dica muito preciosa. As delicadas e eficientes mãos e o olhar único que entram em cena na confecção de nosso vestido são as de Pitty Braga, nova colaboradora do Vestido de Letras. Uhu!!! (palmas para Pitty!!!). Olha ela aí, gente:
Pitty Braga, cabelo e maquiagem com estilo

Pitty Braga, cabelo e maquiagem com estilo

Publicitária no diploma, há 8 anos Pitty escolheu trabalhar com beleza (cabelo, maquiagem e estilo), universo no qual encontrou a melhor forma de expressar sua arte. Pitty Braga participa da produção de editoriais de moda e pesquisa continuamente sobre estilo, moda, penteados, técnicas de maquiagem. Fez vários cursos, inclusive em Barcelona. Viaja pelo mundo afora e vai catando inspirações e truques. Vejam algumas imagens dos editoriais com make e hair by Pitty Braga:
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Pitty faz parte da equipe do Salão Jacques Janine (frequento e recomendo), localizado em Belo Horizonte. O Jacques Janine faz a produção de cabelo e maquiagem de modelos no Fashion Cruise, cruzeiro de moda. Vejam fotos do que ela fez no Fashion Cruise:
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Justamente pelo fato de Pitty ter um interesse verdadeiro pela questão do estilo e da moda (e, claro, por ser competente a beça!), a escolhi para ser minha “produtora”. Ela agrega ao meu corpo toques que vêm do encontro dos meus desejos e propostas com o saber (prático, inclusive) dela. Há algum tempo eu estava muito incomodada com os meus cabelos. Quando vi as fotos do meu aniversário decidi tomar uma atitude. Eu havia pedido que fizessem luzes neles e estava clareando mais e mais os fios. Mas sou branca (amarelada), de cabelo muito escuro e tenho um estilo marcado por um toque mais pesado, com cores escuras. Tem uma pegada delicada, mas gosto de contrastes fortes. Então, achei que era hora de abrir mão de tentar ser uma dessas mulheres que têm uma beleza “natureza” (parece que nasceram de uma cachoeira) e voltar ao meu grau zero em termos de corte e cor de cabelo (aquele com o qual mais me identifico): franja, cabelo escuro, longo (mas não demais). A Pitty conseguiu me levar aonde eu queria. E lá estou, há dias, curtindo o visual. Bem, já estou pensando em novas invenções de moda que vou propor pra Pitty, mas por ora, estou super satisfeita!

 

ANTES de PITTY BRAGA:

 

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DEPOIS de PITTY BRAGA:

 

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A Pitty conta o que rolou:

 

“A Julia estava com mechas douradas e me pediu pra voltar à cor natural. Adoro quando as morenas assumem sua morenice! Sugeri aproveitar as mechas e tonalizá-las dois tons mais claros que a cor do seu cabelo. O que realça o corte e a própria cor natural das medeixas. As franjas voltaram e voltaram pra ficar. Hoje quase todas mulheres podem ter uma franja. Desde que escolha a que combine melhor com seu formato de rosto e seu estilo. Franja, franjinha , franjão.” 

 

Quem me conhece sabe que sou exigente e que só indico o que realmente gosto. Pois aí está: experimentem o trabalho da Pitty! Nunca alguém acertou tão na pinta, no ponto, no corte da minha franja. A Pitty é super tranquila, gente boa, moderna, sorridente, estilosa e transmite paz. Isto tudo me parece fundamental porque sabemos que quando um corpo toca outro, há efeitos. Estou super satisfeita com o trabalho da Pitty, que imprimi lindas letras em meu corpo e neste Vestido. Toda semana teremos um novo post de cabelo e/ou maquiagem com Pitty Braga. Fiquem ligadas!

 

Recomendo demais o trabalho da Pitty e espero que vocês se dêem a oportunidade de se embelezarem e refinarem seus estilos com ela. Seguem dados para contato:

 

Pitty Braga – Cabelo e Maquiagem
Facebook – Pitty Braga (clique aí!)
Instagran – pittybraga
email- pittybraga@live.com
Salão Jacques Janine – BH 
Rio Grande do Sul, 1280, Lourdes
33373337

 

Beijinhos,
Júlia

Look do dia na Pintura:
Suzanne Valadon e as calças listradas

O quarto azul, Suzanne Valadon, 1923

O Quarto Azul, Suzanne Valadon, 1923

A obra O quarto Azul, de Suzanne Valadon, retrata uma figura cuja imagem destoa de grande parte dos retratos em que as mulheres encontram-se nesta pose: deitadas, usualmente nuas. Neste quarto azul há uma mulher cujo olhar não se dirige à pintora da obra. Seu olhar é para o Fora. Livros, um cigarro, cabelos presos. O corpo dela é farto e a silhueta marcada por peças de cores contrastantes. A imagem carrega um ar de conforto, e sua protagonista um sex appeal singular. Linda a mistura das listras verdes e brancas da calça larga com a camiseta rosa claro, com alças duplas (a cor rosa ganhará espaço na próxima estação, primavera/verão 2013). O soutien não aparece. Talvez tenha sido rasgado. Nestes traços de perfume feminista, há espaço para livros e cigarro. A mulher também pode se colocar assim – e assado -, como quiser. Ela não precisa estar nua para ocupar a parede de um museu. A mulher pode ser retratada de várias formas, pois não é uma. A mulher não é o que se espera dela. A mulher não é aquela. A mulher não é. Precisa se inventar.

Suzanne Valadon foi garçonete e trapezista em Paris. Só deixou a vida circense en função de uma queda. Da queda, o salto. Passou a trabalhar como modelo para pintores como Renoir e Toulouse-Lautrec. Observando o trabalho desses artistas enquanto posava para eles, incorporou traços e técnicas. Indo além, imprimiu seus riscos com pincéis. Tornou-se pintora. Edgard Degas comprou algumas de suas peças. Em 1894 Valadon foi a primeira mulher a fazer parte da Sociedade Nacional de Belas Artes da França.

Quis trazer este look criado por Valadon porque fiquei absolutamente encantada com a mistura dos tons mais quentes da roupa e dos livros com os tons mais frios do quarto. Experimentei tampar os livros e observar o quadro. Agora destampem os livros (que têm tons quentes). Para onde vai o seu olhar em cada caso?

Acho a estampa de listras da calça extremamente elegante, sobretudo em peças largas. Para o meu gosto, as calças listradas são mais lindas se forem pantalonas (de modelagem ampla). Se as listras forem em preto e branco, vão vem com vermelho, laranja, azul. Vejam alguns exemplos nas imagens abaixo:

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Costumo desgostar (mesmo, com força!) de calças justas listradas. Acho brega. Gosto de algumas peças que fogem das tradicionais listras P&B e, também, quando as listras P&B são finas. Enfim, fujo das justas que são “tendência” atualmente. Gosto de peças assim:

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Entre 24 de maio e 14 de julho deste ano (2013) o Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro (CCBB/RJ) recebeu a exposição ELLES: Mulheres artistas na coleção do Centro Pompidou. A exposição de Arte Moderna e Contemporânea reuniu trabalhos de artistas mulheres – as quais só ganharam espaço como protagonistas no universo da pintura após meados do século XVII. Até então as mulheres ocupavam a função de modelo e inspiração para pinturas, mas não a de protagonistas. A exposição ELLES reúne obras maravilhosas, tem um cunho político e me inspirou na escrita do texto do post de hoje. Aos poucos vou trazendo mais obras que integraram a exposição. Tem tudo a ver com o Vestido de Letras.

Pessoal, tem um link aí em baixo “Deixe seu comentário/Leave your comment”. Claro que comentar é opcional, mas adoraria que vocês deixassem suas marcas. Se não eu fico falando sozinha. haha

Forte abraço,

Júlia

Tempo de Moda
no Vestido de Letras

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A produção de hoje foi criada com base na previsão do tempo – como sempre acontece no Tempo de Moda – e inspirada em um videoclipe do Washed Out que uma querida amiga (Luisa Horta) me apresentou. O clipe é repleto de flores coloridas, assim como este vestido florido que fisgou meus olhos desde a primeira vez que o vi, em uma vitrine. Coloquei o vestido duplicado porque entrei na onda meio psicodelic-India do clipe. 🙂

Acho interessante peças com fundo preto e estampas florais vibrantes. Este tipo de combinação/estampa tem aparecido muito em editoriais e desfiles pelo mundo afora. Quanto ao coturno, considero uma peça chave (com meia calça preta fica super charmoso). Contrastando com outras peças que têm um “cheirinho” mais romântico (ou não), conferem uma força e um peso legais às produções. Como gosto de peças mais delicadas, vez ou outra acrescento uma bota deste tipo para sair do romantismo meloso, do mamão com açúcar, do visual boa moça. O cinto eu acrescentei como uma aposta. Teria que testar se fica bem no corpo, sobreposto ao vestido que tem desenhos tão grandes na estampa. Mas acho que vestidos deste tipo pedem um cinto na cintura alta, para marcar e dividir a silhueta (pelo menos no caso de quem se assemelha mais a um retângulo ou triângulo, como eu). Como o cinto que escolhi tem uma fivela com formato mais clássico,  pode “bater” de uma forma legal com o coturno. Cabelo preso, batom, um pouco de lápis de olho e rímel. Pronto, fui!

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Recomendo irem ao site Tempo de Moda (parceiro do Vestido de Letras) criarem vocês mesmos. Há várias peças disponíveis e vocês podem montar suas galerias de fotos, que podem servir de painel de inspirações no dia-a-dia. Além disso, muitas peças estão em promoção, com preços bons. Recomendo.

Beijinhos,

Júlia

Look do dia com Arte:
o olhar que se vê

Le Pelerin, René Magritte (1966)

Le Pelerin, René Magritte (1966)

Le Pellerin Fashion; Editorial fotografado por Andrew Matusik para Genlux Magazine

Le Pellerin Fashion, Genlux Magazine

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Como deslocar o comum para fora do comum? Como acessar o Fora? Como olhar o próprio olhar? René Magritte (1898-1967), pintor belga cujas obras têm fortes traços surrealistas e que ficou célebre pelo quadro do cachimbo que não é um cachimbo (ceci n’est pas une pipe), joga com a representação. Inserindo elementos comuns em combinações inesperadas e conjuntos bizarros, destaca que o que está em questão na pintura é, antes de tudo, o olhar. Mas também a escuta. Propõe ao espectador que escute as obras. Para ele, o silêncio é um elemento fundamental na apreciação de uma obra de arte. Assim, a partir de uma certa escuta da obra Le Pelerin (1966) e da releitura desta obra feita pelo fotógrafo Andrew Matusik (para um editorial da revista Genlux Magazine) compusemos estas imagens nas quais o elemento-chave é a máscara. Uma máscara que encarna o olhar e ocupa a função de um duplo. O olhar que pode ver o olhar, pelo menos por instantes. Uma conversa em silêncio. Uma mulher e sua mascarada.

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tons

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colar

sapatoVestido/Dress: Julia Valle  –  Colar: Mango  –  Sapato: Cavage

Fotografia: Carolina Homem

As peças desta produção são muito especiais. O vestido é o meu favorito absoluto, uma obra da Julia Valle que ganhei com amor. O processo de criação da coleção da qual este vestido faz parte merece um post (farei isto). O colar veio de Portugal. Acho interessante a combinação do brilho com o plástico, uma combinação estranha. O sapato estilo oxford é Cavage, marca que produz modelos diferenciados em cores inusitadas (pena não ser confortável, pelo menos no meu caso).

As obras de Magritte são muito potentes, inspiram várias produções e “dão pano pra manga” para discussões em moda/psicanálise/literatura/filosofia… Por isso, Magritte continuará a nos acompanhar. Já estou preparando um próximo capítulo sobre produções em moda inspiradas em obras do pintor.

Gostaria de agradecer ao Daniel Rabello, querido amigo que enviou esta obra de Magritte, sugerindo que um post fosse criado a partir dela. Valeu!!! Aproveito para dizer que sugestões de obras ou de outros temas que possam inspirar capítulos do Vestido de Letras são muito bem vindas. Vocês podem enviar as sugestões e pedidos para o meu e-mail (juliadesenamachado@gmail.com) ou clicar na opção “contato” do cabeçalho do blog e enviar suas mensagens. Vou achar ótimo!

Beijos,

Júlia

Look do dia com Arte:
da amargura ao doce amar

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Como transformar a amargura em uma coisa outra? A questão insiste para quem  não quer ficar preso às agruras da vida. Frida Kahlo – a artista mexicana homenageada da semana – usou cores para expressar as experiências radicais pelas quais passou. Um passe de mágica. Incorporando sua magia, criei também meu passe, meu passo, fiz uma flor e dela uma oferta. Da amargura à doçura. Do amargor ao amar. Isso é o que ofereço a vocês hoje.

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Blusa/Shirt: Julia Ellian –  Calça/Pants: Pash –  Bolsa/Clutch: Brechó Brillantina  –   Sapatos/Shoes: Arezzo

Fotografia: Carolina Homem

Este é um salto que cada um precisa aprender a dar: da amargura à doçura. Cada um precisa ser capaz de dar seu passe de mágica nos momentos de aridez. Só assim a vida fica mais leve.

O look de hoje foi inspirado na capa da Vogue México na qual Frida aparece majestosa. Flores, cores vibrantes e uma calça-saia viva e dançante. Descobri que me dou bem com roupas largas. Já notaram que sempre que coloco uma saia ou calça mais larguinha me ponho a rodopiar? Descobri isso costurando este Vestido de Letras e estou decidida a investir nesse tipo de roupa que também me ajuda a ficar mais leve.

Mas vamos deixar este papo da dança pra depois. Aguardem! Vem muita coisa por aí.

Um ótimo fim de semana para vocês!

Doces beijinhos,

Júlia

Tempo de Moda
no Vestido de Letras

Hoje é sexta-feita, dia de mostrar para vocês uma produção que montei com base na da previsão do tempo para Belo Horizonte. Antes de checar a previsão meteorológica eu já sabia qual seria o clima do dia: frio! Ao me separar do meu querido cobertorzinho, fui recebida por uma pequena amostra de massa polar (exagerooo tivemos hoje a madrugada mais fria do ano), efeito ducha de água fria. Agora sim o inverno chegou e dá pra sentir aquele ventinho gelado que, para o meu paladar, tem gosto de fondue, canjica e vinho (não necessariamente misturados ou nessa ordem). Pois foi do vinho que parti para criar esta combinação colorida e quentinha. Cor ou bebida, o vinho tem um quê de sofisticação e elegância. Traz a sobriedade e discrição do preto junto à irreverência e ousadia do vermelho. Por causa do efeito interessante criado por essas forças opostas, o vinho é uma das minhas cores favoritas (sou super adepta de uma vibe vamp, apesar do amor aos laços e firulas que vocês já constataram, por exemplo, aqui).

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Para a combinação de peças de hoje, parti da calça – que é a peça mais curinga do meu guarda-roupas – e que pode ser usada com as barras dobradas (fica mais estiloso). A segunda peça escolhida foi a camisa de estampa xadrez. Na última temporada de moda ressucitaram o Kurt Cobain e seus companheiros com a retomada de traços da estética grunge (saudades, Smashing Pumpkins!) e eu estava louca para usar alguma peça que tivesse a ver com essa vibe. Como junho acabou de passar, ainda faço minha homenagem a São João. Por cima da camisa, um suéter roxinho para acompanhar a calça, destoando propositadamente em tons. Um sapato “pesadinho” porque todo dia é dia de rock (com salto, como quase sempre) e uma bolsa assim, gostosinha, molinha, de saquinho (preferidas). Taí: combinação quentinha e com vida, um toque de Kurt e outro de João.

Vocês também podem exercitar a criatividade e experimentar a criação de looks no Tempo de Moda. Funciona como um guarda-roupas virtual, você cria combinações variadas a partir das várias peças disponíveis sem ter que ficar, de fato, tirando as peças do armário e trocando de roupas. Dá pra se divertir!

Ah preparem-se as temperaturas vão cair ainda mais e parece que na madrugada de amanhã de sábado para domingo a mínima chegará a 12 graus. Sorte que o sol está aí pra esquentar. Por enquanto, nada de chuva.

Beijos,

Júlia

Look do Dia com Arte:
o laço

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Foi graças a essas mesmas obras que nos inspiraram ontem a compor nossas cerejas-pompons (ver post), que fui atrás de um laço de fita. Veio como um impulso e um desejo. Na busca pelo objeto em causa, encontrei um laço cor de rosa com penas, que condensava os dois laços das meninas retratadas nas pinturas de Luks. O ato de vestir o laço e me ver enfeitada fez disparar a fantasia, que transpôs meu corpo para um universo que nem sei bem colocar em palavras (mas que tentamos representar nas imagens): infância, cor, natureza, Alice, música, dança, balé, suavidade, leveza, flores, paz. É impressionante como um objeto que encobre o corpo pode disparar memórias, materializar sonhos e fantasias. Incorporei o laço e todas cenas se materializaram a partir disso. É curiosa a relação entre os ornamentos, a roupa, o corpo e os efeitos simbólicos e imaginários produzidos pela combinação desses elementos, que incidem no real do corpo.

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 Tricot: Zara/Saia: Vintage/Laço: Accessorize/Sapato: Lalizhilv/ Acessórios: acervo

Fotografia: Carolina Homem

Girl with Pink Ribbon, George Benjamin Luks

Girl with Pink Ribbon, George Benjamin Luks (1867-1933)

Girl with Pink Ribbon, George Benjamin Lucks (1867-1933)

Girl with Pink Ribbon, George Benjamin Luks (1867-1933)

Espero que tenham gostado das fotos e deste capítulo do Vestido de Letras. O processo foi delicioso e divertido! A proposta é criar com o que se veste, experimentar novos lugares no mundo a partir das composições criadas e do que elas disparam.

O processo de compor estas cenas trouxe suavidade para a minha semana. Espero que traga para a de vocês também.

Beijos,

Júlia

Look do Dia na Pintura:
azul

Two Little Girls with Robbons, Tamara de Lempicka (1925)

Two Little Girls with Robbons, Tamara de Lempicka (1925)

A pintora polaca Tamara de Lempicka (1898-1980) vai aparecer bastante por aqui. Estou encantada com sua obra. A pintora conseguiu criar um estilo único e ousado em vários sentidos. Na pintura, expressou-se de forma tão singular, que críticos de sua obra criaram uma expressão para descreverem seu estilo: “cubismo suave”. Seu trabalho se aproxima dos princípios artísticos do movimento art déco. Na vida pública, foi uma figura polêmica. Nascida na high society polonesa e registrada com o nome Maria Górska (sim, ela resolveu mudar de nome após enfrentar as intempéries da Revolução Russa de 1917!), estudou em colégio interno na Suiça e mais tarde foi viver com seu marido em Paris. Lá, conviveu com figuras como Picasso e deu o que falar. Bela e formosa, tinha relacionamentos extraconjugais com homens e mulheres. A ousadia desta mulher reflete-se em seus trabalhos, sendo que alguns deles vocês verão comigo, aqui no blog. Ela pinta as roupas de uma forma muito detalhada, usando cores vivas.

Trago hoje estas duas meninas com laços e roupas azuis (all blue) para enfeitarem a cena. O volume das peças (vestidos e laços) me impressionam. Os laços são um ornamento. As peças são bem estruturadas, volumosas e criam um interessante efeito de luz e sombra. Os tons de azul são marcantes e criam um contraste interessante com o pano estampado com flores, que serve de fundo para os rostos das meninas. Os gestos das modelos são interessantes: a colocação das pernas, das mãos, das cabeças, seus olhares. Isto tudo faz parte de uma bela composição de cena. Uma super produção de moda! Uma roupa não deve caminhar sozinha, ela precisa ser preenchida e encantada por um corpo, que sempre se expressará de forma singular. Esta pintura (linda!) me remeteu a uma produção de Miroslava Duma, a qual considero uma mulher-menina-boneca. Veja, abaixo:

Miroslava Duma

Miroslava Duma

O azul é uma cor que consegue conferir luz e vida ao corpo, destacando a figura. Se constrastado com cores  neutras, pode gerar  produções elegantes e marcantes, como esta outra, de Miroslava Duma:

Miroslava Duma

Miroslava Duma

Betty Autier, do Le Blog de Betty,  cria looks ousados, com uma pitada de extravagância e usualmente lança mão do azul:

www.leblogdebetty.com

www.leblogdebetty.com

Luisa Accorsi, do Sonhos de Crepomconsegue aplicar a cor (em  tons bem fortes) com elegância e delicadeza:

http://sonhosdecrepom.mtv.uol.com.br/

http://sonhosdecrepom.mtv.uol.com.br/

Natti Vozza, autora do Glam4u mistura texturas e, neste caso, cria uma combinação quase monocromática com efeitos-surpresa graças aos acessórios:

www.glam4u.com

www.glam4u.com

Por fim, Thássia Naves, do Blog da Thassia, colore de azul a base da roupa e da foto e brinca com os tons dos adereços. A produção resulta leve:

www.blogdathassia.com.br

www.blogdathassia.com.br

O azul pode ser leve e alegre, no sentido contrário da expressão I’m blue.

No inverno – recém chegado – alegra o olhar e o dia.

Beijos,

Júlia

Look do dia da Pintura:
a bailarina e o gato

Ballerina with a black cat, Pierre Carrierre Beleuse

Ballerina with a black cat, Pierre Carrier-Belleuse (1851-1933)

O gato, este ser esguio, elegante e preciso em cada mínimo gesto, nos conduz, delicadamente, à bailarina, outro ser dotado dessas admiráveis qualidades. O gato e a bailarina se aproximam por semelhança e compõe um quadro de Pierre Carrier-Belleuse, pintor francês que se dedicava a retratar a delicadeza dos corpos das jovens dançarinas. Nesta obra, o olhar do gato e o da moça se assemelham, bem como seus corpos delicadamente relaxados e precisamente posicionados. O contraste aparece entre a cor do vestido – em tom rosa claro, salmonado, com pitadas de branco – e o pêlo escuro do animal. O tule – marca clássica do balé – forma uma moldura em torno dos corpos. A sapatilha está lá, magestosa, em destaque.

A figura da bailarina condensa tantos sonhos, significados, enigmas, tanta beleza, tanto imaginário, que diversos pintores se dedicaram a representá-las (ver as bailarinas de Dégas). Como afirma Chico Buarque, “só a bailarina que não tem…” todas as agruras do mundo. A bailarina só tem leveza, destreza, beleza. A bailarina veste-se impecavelmente e sustenta como ninguém seu corpo e os adornos que o envolvem. A bailarina não pode ser um ser vivo como os outros. Como ela rodopiaria tão rapidamente e cairia justamente no mesmo ponto, se humana fosse? Qual é o seu segredo? É, a bailarina não deve ser gente como a gente. Pelo menos se vista de longe. De longe, mas em nós, pois ela gira pelas nossas fantasias. Quem sabe seja uma letra a bailarina. Uma letra que, em movimento, produz encanto e alimenta o ideal. Abaixo, algumas idéias de como se vestir desta letra-bailarina.

Chloé, Verão 2011

Chloé, Verão 2011

Dior, Outono/Inverno 2012/13

Dior, Outono/Inverno 2012/13

Chanel, Verão 2011

Chanel, Verão 2011

Chloé, Verão 2011

Chloé, Verão 2011

Maria Bonita Extra, Inverno 2011

Maria Bonita Extra, Inverno 2011

Cavalera, Primavera-Verão 2010/11

Cavalera, Primavera-Verão 2010/11

Observação: não precisa ficar tão rígida quanto as bailarinas. Pode dar uma requebrada.

Voa, voa, letra-bailarina!

Bom dia para vocês!

Quero saber o que vocês estão achando do blog. Bjins