O gato, este ser esguio, elegante e preciso em cada mínimo gesto, nos conduz, delicadamente, à bailarina, outro ser dotado dessas admiráveis qualidades. O gato e a bailarina se aproximam por semelhança e compõe um quadro de Pierre Carrier-Belleuse, pintor francês que se dedicava a retratar a delicadeza dos corpos das jovens dançarinas. Nesta obra, o olhar do gato e o da moça se assemelham, bem como seus corpos delicadamente relaxados e precisamente posicionados. O contraste aparece entre a cor do vestido – em tom rosa claro, salmonado, com pitadas de branco – e o pêlo escuro do animal. O tule – marca clássica do balé – forma uma moldura em torno dos corpos. A sapatilha está lá, magestosa, em destaque.
A figura da bailarina condensa tantos sonhos, significados, enigmas, tanta beleza, tanto imaginário, que diversos pintores se dedicaram a representá-las (ver as bailarinas de Dégas). Como afirma Chico Buarque, “só a bailarina que não tem…” todas as agruras do mundo. A bailarina só tem leveza, destreza, beleza. A bailarina veste-se impecavelmente e sustenta como ninguém seu corpo e os adornos que o envolvem. A bailarina não pode ser um ser vivo como os outros. Como ela rodopiaria tão rapidamente e cairia justamente no mesmo ponto, se humana fosse? Qual é o seu segredo? É, a bailarina não deve ser gente como a gente. Pelo menos se vista de longe. De longe, mas em nós, pois ela gira pelas nossas fantasias. Quem sabe seja uma letra a bailarina. Uma letra que, em movimento, produz encanto e alimenta o ideal. Abaixo, algumas idéias de como se vestir desta letra-bailarina.
Observação: não precisa ficar tão rígida quanto as bailarinas. Pode dar uma requebrada.
Voa, voa, letra-bailarina!
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