Look do dia da Pintura:
a bailarina e o gato

Ballerina with a black cat, Pierre Carrierre Beleuse

Ballerina with a black cat, Pierre Carrier-Belleuse (1851-1933)

O gato, este ser esguio, elegante e preciso em cada mínimo gesto, nos conduz, delicadamente, à bailarina, outro ser dotado dessas admiráveis qualidades. O gato e a bailarina se aproximam por semelhança e compõe um quadro de Pierre Carrier-Belleuse, pintor francês que se dedicava a retratar a delicadeza dos corpos das jovens dançarinas. Nesta obra, o olhar do gato e o da moça se assemelham, bem como seus corpos delicadamente relaxados e precisamente posicionados. O contraste aparece entre a cor do vestido – em tom rosa claro, salmonado, com pitadas de branco – e o pêlo escuro do animal. O tule – marca clássica do balé – forma uma moldura em torno dos corpos. A sapatilha está lá, magestosa, em destaque.

A figura da bailarina condensa tantos sonhos, significados, enigmas, tanta beleza, tanto imaginário, que diversos pintores se dedicaram a representá-las (ver as bailarinas de Dégas). Como afirma Chico Buarque, “só a bailarina que não tem…” todas as agruras do mundo. A bailarina só tem leveza, destreza, beleza. A bailarina veste-se impecavelmente e sustenta como ninguém seu corpo e os adornos que o envolvem. A bailarina não pode ser um ser vivo como os outros. Como ela rodopiaria tão rapidamente e cairia justamente no mesmo ponto, se humana fosse? Qual é o seu segredo? É, a bailarina não deve ser gente como a gente. Pelo menos se vista de longe. De longe, mas em nós, pois ela gira pelas nossas fantasias. Quem sabe seja uma letra a bailarina. Uma letra que, em movimento, produz encanto e alimenta o ideal. Abaixo, algumas idéias de como se vestir desta letra-bailarina.

Chloé, Verão 2011

Chloé, Verão 2011

Dior, Outono/Inverno 2012/13

Dior, Outono/Inverno 2012/13

Chanel, Verão 2011

Chanel, Verão 2011

Chloé, Verão 2011

Chloé, Verão 2011

Maria Bonita Extra, Inverno 2011

Maria Bonita Extra, Inverno 2011

Cavalera, Primavera-Verão 2010/11

Cavalera, Primavera-Verão 2010/11

Observação: não precisa ficar tão rígida quanto as bailarinas. Pode dar uma requebrada.

Voa, voa, letra-bailarina!

Bom dia para vocês!

Quero saber o que vocês estão achando do blog. Bjins

12 thoughts on “Look do dia da Pintura:
a bailarina e o gato

  1. Julinha, quanta leveza na sua escrita, quanto prazer em ler suas palavras! Toda menina sonha em ser bailarina justamente pra guardar ao longo da vida esse quê de leveza que você descreve com tanta desenvoltura! Grande beijo!

    • Ei, Nat!

      Que delícia ler um comentário delicado e tão querido escrito por você! Este blog consegue aproximar delicadezas.
      Achei lindo isto de pensar o desejo de ser bailarina como o desejo por delicadeza duradoura. Precisamos mesmo de formas (várias) para sustentar a delicadeza ao longo da vida, o que nunca é simples, né?! Precisamos de arte! De criar! De piruetar! E de trocar com as amigas! haha
      Adorei seus elogios! De coração!
      Você está na França?
      Beijinhos…

  2. Ah… que lindas Bailarinas!
    Eu fui dessas meninas que dançou ballet a infância inteira. Usava meia calça rosa até para ir a aula. Tinha (e tenho) esse universo dentro de mim. Na verdade, como adolescente clássica, fiquei de mal com a minha bailarina durante uns anos. Não gostava e não usava rosa. Desmascarei a bailarina. Achava que a ela era uma farsa e que me tornava mais fraca. Mas depois me bateu uma saudade dela… Eu precisava dela! Aprendi que, na verdade, sua força mora na sua delicadeza, no seu ventre forte que a faz sempre rodopiar, mas cair naquele mesmo ponto que ela escolhe. O segredo é não levá-la tão a sério e se permitir ser bailarina e não sê-la, como uma brincadeira mesmo.
    Viva a bailarina!

    • Que comentário mais lindo, Carolinda-bailarina!
      Que bom que esse universo do balé-rosa-delicadeza pôde reaparecer de uma forma tranquila, a seu favor. Precisamos mesmo de muita delicadeza e muita força (no ventre, também) nesta vida, né?!
      Achei ótima esta proposta de não levar a bailarina tão a sério, ser e não ser bailarina, brincando. A alternância é fundamental. Sabedoria a sua! Vou guardar esta comigo.
      Viva!!!

  3. Filha do Machadinho!
    Muito lindo seu blog! Quem nunca dançou balé quando era criança, nem que fosse de brincadeirinha, né?

    Bjos para vc e para seu papai fofo professor querido do nosso G10

    • Ei, Mariana!
      Haha. Adorei este comentário! Adorei encontrar o nome do meu pai aqui. Que surpresa!
      Eu também sou completamente apaixonada por ele. Nem tenho vergonha de falar. Ele é um fofo fofo fofo.
      E você é uma querida, Mariana! Que bom que gostou do blog. 🙂
      Verdade, toda menina precisa dar umas piruetinhas, nem que seja pra experimentar este lugar tão idealizado.
      E a família bate palmas, né?!
      Um beijo enorme! Adorei sua visita! Continue por aqui, vamos trocando belezas.

  4. Adooooro moda bailarina!!! Pense na bailarina frustrada: eu! Mas não deixo de dar minhas rodopiadas e requebradas de vez em quando! rs
    Lindo seu texto, suas fotos, as fotos, e a viagem que me proporciona.
    Beijos

    • Hahaha
      Ri com seu comentário, Pati! Bailarina frustrada? Por quê? Frustada, mas bailarina! Não deixa de ser…
      Cada bailarina rodopia e requebra a seu modo. Tem que variar a forma pra lançar novas tendências, pra poder ser do jeito que se é/quer, né?!
      Já passou meu tempo de bailarina “cabo de vassoura”. haha. Hoje em dia tô mais pra Mãe de Santo. Viu as fotos com a saia? Não tô bem baianinha? (adoro!)
      Que bom que o blog te permite viajar. É esta uma das minhas idéias! E confesso: viajo através dele, com você, todos os dias! Sério, já disse que o blog me faz sentir viajante contínua.
      Um beijo, querida!

      • Ah, Julia, você nem sabe! Meu sonho mais secreto era ser bailarina profissional! Acho que nunca disse isso a ninguém… Ah, blog danado!
        Seu sogro chegou a fotografar uma apresentação de dança que fiz. Pergunte a Pedro. rsss
        beijos

        • Ah, mas então você foi bailarina quase profissional? E parou por quê? Por que parou?
          Mas às vezes ser amadora é mais delícia que ser profissional, não? Assim, sem ter a parte burocrática e estenuante da coisa…
          E você ainda dança? Eu parei este ano, mas não vejo a hora de voltar. Faz falta, né?!
          Vou perguntar sobre essa história do fundo do baú. haha
          Beijocas, bailarina!

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