Como deslocar o comum para fora do comum? Como acessar o Fora? Como olhar o próprio olhar? René Magritte (1898-1967), pintor belga cujas obras têm fortes traços surrealistas e que ficou célebre pelo quadro do cachimbo que não é um cachimbo (ceci n’est pas une pipe), joga com a representação. Inserindo elementos comuns em combinações inesperadas e conjuntos bizarros, destaca que o que está em questão na pintura é, antes de tudo, o olhar. Mas também a escuta. Propõe ao espectador que escute as obras. Para ele, o silêncio é um elemento fundamental na apreciação de uma obra de arte. Assim, a partir de uma certa escuta da obra Le Pelerin (1966) e da releitura desta obra feita pelo fotógrafo Andrew Matusik (para um editorial da revista Genlux Magazine) compusemos estas imagens nas quais o elemento-chave é a máscara. Uma máscara que encarna o olhar e ocupa a função de um duplo. O olhar que pode ver o olhar, pelo menos por instantes. Uma conversa em silêncio. Uma mulher e sua mascarada.
Vestido/Dress: Julia Valle – Colar: Mango – Sapato: Cavage
Fotografia: Carolina Homem
As peças desta produção são muito especiais. O vestido é o meu favorito absoluto, uma obra da Julia Valle que ganhei com amor. O processo de criação da coleção da qual este vestido faz parte merece um post (farei isto). O colar veio de Portugal. Acho interessante a combinação do brilho com o plástico, uma combinação estranha. O sapato estilo oxford é Cavage, marca que produz modelos diferenciados em cores inusitadas (pena não ser confortável, pelo menos no meu caso).
As obras de Magritte são muito potentes, inspiram várias produções e “dão pano pra manga” para discussões em moda/psicanálise/literatura/filosofia… Por isso, Magritte continuará a nos acompanhar. Já estou preparando um próximo capítulo sobre produções em moda inspiradas em obras do pintor.
Gostaria de agradecer ao Daniel Rabello, querido amigo que enviou esta obra de Magritte, sugerindo que um post fosse criado a partir dela. Valeu!!! Aproveito para dizer que sugestões de obras ou de outros temas que possam inspirar capítulos do Vestido de Letras são muito bem vindas. Vocês podem enviar as sugestões e pedidos para o meu e-mail (juliadesenamachado@gmail.com) ou clicar na opção “contato” do cabeçalho do blog e enviar suas mensagens. Vou achar ótimo!
Beijos,
Júlia
Amei! Me deu vontade de voltar a Veneza vendo essas mascaras! Um beijo
Ah, verdade. Este vestido gostaria de passear por aqueles becos. A mascarada também. Beijos, Pati!
Gostei do batom e sapato, rs, mas não conhecia essa marca Cavage, é uma pena que sejam desconfortáveis. Tem uma loja online (uma descoberta minha recente) que vende uns sapatos muito bacanas, confortáveis e assim, bem estilosos. Esqueci o nome agora, mas quando lembrar passo aqui novamente. Beijos, querida!
Laura!
Então, o batom e o sapato são mesmo bacanudos. O batom é o Russian Red, da MAC. Adoro esta cor porque é um vermelho bem vivo, mate, mas não tão seco. O sapato é lindo mesmo, até vale uma doidinha de leve de vez enquando. Aqui, tenta lembrar o nome desta loja e conta pra gente aqui, please! Fiquei curiosa.
Beijos!!!
Jú, segue o link: http://www.casmoda.com.br. Espero que você goste.
Laura,
Eu conheço a CAS! É demais! Fui à loja deles em São Paulo, na Vila Madalena, e fiquei encantada!
Acho que é a loja mais legal de sapatos que conheço!
Não sabia que eles tinham site. Obrigada pela dica!
Vou olhar com calma…
Vou indicar o site no blog, em breve.
Beijos!
Júlia adorei o texto de hoje. Cada dia mais você pesquisa e nos apresenta artistas e temas da maior importância.
Obrigada pela sua pesquisa e aos seus colaboradores e colaboradoras.
Beijos!
Mãe,
Fico super feliz ao constatar que você passou por aqui, fez sua leitura e, ainda, que gostou do que encontrou!
Isso é precioso para mim.
Bom saber que os temas são relevantes, importantes. Também acho. Cada vez mais penso que a vida tem que ser com arte.
Vou continuar compartilhando minha pesquisa, meus achados, meus afetos. O retorno é gostoso.
Um beijo!