Do minimalismo sóbrio de Sabrina Meijer, do Afterdrk (leia mais neste post), seguimos para a simplicidade banhada de cores que marca o estilo do pintor, escultor e printmaker contemporâneo Ellsworth Kelly (1923-). Kelly explora, em sua obra, o contraste entre formas evidenciadas por cores vivas. O artista conta que, quando criança, era convidado por sua avó para praticar birdwatching (que poderia ser poeticamente traduzido como “apreciação de pássaros”). Tal prática teria levado o menino a observar, com os pássaros, as formas da natureza. Daí sua paixão pelos contornos (geométricos e orgânicos) e pelas cores.
Em exposições de arte contemporânea, é comum escutarmos comentários do tipo: “Ah, mas também eu faria isso!”, “Parece trabalho de criança”. Sim, talvez uma obra de arte contemporânea possa parecer excessivamente simples. Mas quem faria isso ao longo de anos a fio, de uma vida? Quem se permitiria não abandonar os gestos da infância? E mais: o que leva à criação de um quadro como este na década de 50? Qual foi o contexto que propiciou tal criação? Estas questões precisam ser levadas em conta. Afinal, a criação de uma obra de arte é sempre um diálogo. Assim, o exercício contínuo de dar forma e cor à vida – buscando a simplicidade – é admirável. Na criação deste look, quis dialogar com a obra Meschers (1951), transpondo suas cores, formas e referências à natureza para o corpo.
Blusa: QGuai/Saia: QGuai/Cinto: Complot/Sapatos: Luiza Barcellos
Fotografia: Carolina Homem
A obra que serviu de inspiração para este post – e que retrata, de modo singular, a região francesa Meschers-sur-Gironde – faz parte do acervo do MOMA (Museum of Modern Art, NY). O museu tem um acervo incrível. Super recomendo a visita!
Espero ter colorido um pouco os seus olhos.
Beijos,
Júlia
Júlia, parabéns pelo seu blog! Ele é minha pitada diária de arte, inteligência e beleza!
Seu bom gosto e refinamento me encantam. Meu carinho, sempre!
Carla,
Adorei suas palavras. Elas são tão precisas. Estamos conectadas mesmo!
Fico feliz por saber que o blog traz pitadas de elementos tão fundamentais, nutritivos e deliciosos para a sua vida. Precisamos encher a vida de vida! Vamos juntas!
Obrigada pela leitura, de coração.
Um beijo,
Júlia
Jú, você coloriu o dia! E Carol, presença insondável e, agora, revelada, belíssimas fotos! Beijos
êêê! Bom saber, Ju!
Cores para avivar a alma!
A Carol está cada vez mais presente e revelando seus dons. É uma anja com olhar de águia.
Bjobjo!
Jú
Ah, passarinha! A beleza e a inspiração mora entre a gente. É o nosso olhar, o nosso diálogo. To adorando!
Carolinda! Amei este comentário! Me revelou algo: a beleza não está em algo, em um corpo, em uma foto, em um objeto. Está em um “entre”. Isso é lindo e verdadeiro!
Um beijo e obrigada por esta! E por aquelas.
bjim,
Jú
Oi Ju, muito obrigada! Que bom que você está curtindo. Fico feliz demais!
Amei. Você tá tão linda, tão solta. Lembra quando vimos Pina (eita dia bom!) e nos encantamos com aquele movimento “alegria”: tá uma coisa assim: cores em movimentadas e um cadinho saltitantes.
Beijo
Esse post me lembrou o Picasso quando disse que aos 15 anos sabia desenhar como Rafael, mas precisou de uma vida inteira para aprender a desenhar como as crianças…
Beijos simples assim!
De repente parece que a vida está séria e complicada demais. A rotina, o momento político brasileiro, a necessidade de posicionamento… eu penso, penso, penso… e acho que precisamos mesmo nunca desaprender a infância. Vamos com simplicidade e leveza no olhar. Mais amor (por favor!) e mais delicadeza para fazer diferente.
Julia vc esta maravilhosa!!! Sua ideia e brilhante! O movimento, as cores, as aves, a rua…isso e´ que e´ vida e liberdade… parabens pelo seu ato! Beijo
Marisa,
Fiquei tão, tão contente com seu comentário!
Você foi justamente ao encontro do que propûs ver-se: a rua, as cores, as aves, a vida… com liberdade de expressão estética.
Gostei muito de você considerar este trabalho um ato. Também o vejo assim. Um ato ousado, que envolve o corpo, que por vezes expõe, mas cada vez mais penso que temos que colocar nosso corpo no que amamos e deixar de nos ater a nossas próprias amarras.
Alegria imensa porder contar com seu olhar, amiga.
Um beijinho,
Júlia
Jú, você devia gargalhar mais! Seus olhos já dizem tanto, mas esse sorriso aberto…chegou aqui no Paraná!
ADOREI seu comentário, Paula! Morri de rir aqui. 🙂
Também acho que eu deveria gargalhar mais! Assim, até chegar aí. Vontade de ir a Londrina!
Um beijo,
Júlia