Decidi incluir no blog fotos de produções que monto para mim, mostrando, em imagens, um pouco do modo como me visto, como me produzo. Este termo produção é interessante porque tem a ver com uma atividade, um esforço em busca de um efeito. Neste caso, no meu caso, quero dizer, trata-se de um esforço para expressar algo através do corpo/no corpo. Trata-se de criar um modo de estar no/com o mundo, a cada dia, em diferentes moods. Um certo pensamento resulta na escolha de objetos que compõem uma montagem que costura este corpo e porta um discurso, sempre endereçado. Por isso, penso, a roupa que escolhemos, os acessórios que integram esta composição, são modos de dizer, de colocar nossa voz/escrita no mundo, de nos expressarmos, de construirmos nossos corpos continuamente, incessantemente, no espaço e em relação aos outros. Por isso, vale o cuidado, um certo investimento. Nessa “produção” (de sentido, inclusive), um personagem se faz presente. Desde pequena gosto muito de pensar em como me vestir, me montar, me colocar diante do olhar do outro pelo viés da imagem. Aos quatro anos eu já me fantasiava como a Viúva Porcina, da novela “Roque Santeiro”. Os anos 80 foram um baú de possibilidades nesse sentido. Desde então tenho montado fantasias em cima de fantasias. Esta aí uma delas. Gosto de cores se destacando sobre um fundo preto. As linhas geométricas que unem as cores e a forma clássica dos objetos escolhidos têm um tom sóbrio, enquanto o modelo da saia “quebra” o clima austero, incluindo um quê de romantismo e molequice à produção.
Estou usando saia Zara, blusa e bolsa compradas em lojinhas durante viagens e sapatos Arezzo (linha Classic).
Jú! Não sumi não tá! mas o acidente me deixou um tanto limitada física e psiquicamente. É muito difícil parar quando estamos a mil por hora, cheio de atividades pra fazer e com os dois braços dormentes! 🙁 Sem poder ler e escrever me sinto totalmente paralisada. Já to bem melhor agora, mas resolvi trancar o semestre e parar de pirar com os mil trabalhos da pós pra entregar, atrasados… Agora vou ter tempo de recuperar sem stress e de voltar a ler seu blog delicioso! Até tentei semana passada e não tava conseguindo acessar. Consegui hoje, e tava lendo os posts antigos, que perdi. Amei as transposições! Impressionante ver como imagem corporal não tem mesmo nada a ver com o corpo e, mais ainda, como nos vemos ou nos vêem (também, né!) de forma tão distorcidas, às vezes. A imagem tem um impacto, talvez muito maior do que nos damos conta! Aproveito pra comentar esse seu último look. Você sempre linda! E as roupas nitidamente muito bem selecionadas né Ju! Chique demais! Vermelho é sempre muito sensual, que seja um detalhe. Ah! (querendo comentar todos…) o limão é uma grande descoberta. Pingo gotinhas na água, que coloco na geladeira. Já experimentou colocar folhinhas de hortelã na água também? Aí mais pelo gosto mesmo do que pelo valor nutricional (apesar de que hortelã também deve fazer bem! 🙂 Enfim, sei que fica uma delícia, fresquinha. Espero que esteja tudo bem com você. Elaborando o luto que, seja lá qual for, é sempre muito doído né! Saudades! Beijo!
Ju,
Que dozinha de você! Te entendo… é difícil mesmo parar… ainda mais parar nessas circunstâncias, a partir de um erro de outra pessoa. Muito chato. Ainda bem que você está se recuperando e tendo a sensatez de escutar seu corpo, de respeitá-lo. Acho que o blog pode de ajudar a desestressar! E seus comentários me deixam sempre tão feliz! Sua escrita… seu estilo…
Por que será que você não conseguiu acessar na semana passada? O que acontecia? Me conta, por favor, para eu ver com o administrador.
Que bom que você está por perto agora. Continue por aqui!
Logo que escrevi as transposições lembrei de você. E como você consegue fazer essa transposição, essa passagem, esse salto, do olhar, do valor da imagem, para o look! Adorei e agradeço o elogio. Linda-sempre é tu! Grata pelo elogio!
Adorei a dica das folhinhas de hortelã e das gotinhas na jarra d’água. Que coisa fina e refrescante! Bom pra fazer respirar, entrar ar no dia-a-dia.
Por aqui as coisas vão melhorando. O luto é doído, mas é na dor que a gente dá uns saltos, né?!
Saudades! Mas me sinto mais perto agora.
Beijinhos… grata pelas palavras, pela leitura!
Adorei a descrição da produção!
Você se coloca no mundo lindamemte. Merece ser compartilhado. Até o seu bad mood é bonito. Não é o caso do look aí de cima. Tá lindo. Achei que era um vestido quando olhei a primeira vez. A barrinha vermelha dá o toque divertido. Pela cor e pelo movimento. Muito bacana.
Ah! Eu também me fantasiava de viuva porcina quando era criança! Era minha fantasia preferida. Depois te mostro as fotos.
Sério que você se fantasiava de Porcina? No creo!
Estávamos conectadas (de alguma forma) já nos anos 80. haha!
Batendo pulseira!
Será que somos porcinas hoje?
Acho que a Presília que me chamava de “porcininha” há um tempo atrás. haha
Quero ver estas fotos demais da conta!
Beijos!
Tava linda no dia e tá linda aqui.
Amei te ver… gostinho de quero mais.
Beijim
Amore!
Sempre fico com este gostinho tb!
até loguim!
bjo
Ah…
Também quero as fotos de porcininha!!!!
Acho que meu amor aos turbantes e lenços no cabelo é uma herança desse tempo.
Aliás, você sabe que eu e o Sr meu marido dançamos “Dona” no dia em que nos conhecemos!? Claro que a música foi escolha minha… (rs). Reminicências afetivas… Vale lembrar: http://www.youtube.com/watch?v=EitBfJMNSJI
Beijo
Sério que dançaram “Dona”? Que lindo e barango! Aliás, a quanto tempo eu não escrevi “barango”…
Tangenciamos tb neste quesito porcina!
Preciso experimentar usar mais lenços e turbantes.
Dá umas dicas?
Bisous!
Barango demais! Aliás o que é o amor sem a baranguice?! “Dona” selou nosso destino e vocação para o romance, o que é sempre um pouco brega (deliciosamente brega, né?!) Aliás… “barango” é uma das melhores palavras que existe por que em si ela já é jeca (jeca também é bem brega, né?!).
Turbantes e lenços. Tenho dificuldade de dar dicas porque a coisa é meio instintiva. Mas quando você perguntou e pensei um pouquinho, veio: tecido, corte e caimento! É curioso, mas acho que esse é o segredo. Amo lenços, vejo e quero… Tenho uns que foram da minha avó, da minha mãe, da minha sogra, as velhas bandanas, uns que foram modinha na minha adolescencia e uns mais novos. Uso todos! Na minha gravidez, eu não trocava muito de roupa, a base era quase sempre a mesma, trocava de lenço. Então, essa diversidade me ensinou que é o lenço que conduz o penteado. Por exemplo, tenho um mais “duro”, preto e branco que amo, mas, este não consigo usar na cabeça… só consigo usar como gravatinha borboleta… Outra dica: tem que experimentar! Que é o mais gostoso… Se joga que você vai curtir. (Se quiser te mostro ao vivo meus lenços e amarrações…). (obss: Aliás “amarrações” é coisa séria no quesito estilo. Acredita que estou estudando um dandi que construiu seu império a partir do jeito que amarrava sua gravata?! Dizem que era a marca do seu estilo!)
Bejim.
Sim, o amor é barango mesmo. A paixão, então, nem se fala… Nada mais delicioso do que ser brega/barango e feliz. Tipo cantando Wando no chuveiro. É estar na sua… sozinho ou a dois.
Minha querida orientadora (nada baranga, por sinal), inventou uma outra palavra pra “barango”(um sinônimo, digamos) que eu adoro e uso: xeba. Não é uma delícia de palavra? Acho que ela condensa a baranguice do mundo, a nossa baranguice de cada dia!
Cada vez mais acho que essa coisa de se vestir, de compor com o corpo, é instintiva mesmo… e muito interessante! É uma escrita: existe a prática, a técnica, mas o estilo vem sem razão. E, nesse caso (dos lenços e turbantes) o efeito é a amarração. O corpo pode seguir o tecido, enquanto o tecido segue o corpo. Confesso que tenho mais a manha de desamarrar que de amarrar… de desconstruir do que de construir… Por isso mesmo preciso praticar! Tecido… corte… caimento… Hum… Vou experimentar… Acho um charme quando vejo você usando!
Eu nem me lembrava mais das bandanas. Tive várias, minha irmã também. Se foram todas. Acho que eu até usaria se ainda tivesse. Tinha uma vermelha tão linda.
Quero muito experimentar essas amarrações com você. Quem sabe fazemos um vídeo, hein?! Topas?
Quero MUITO saber melhor dessa história do dandi. Estou pesquisando algumas coisas que têm a ver com isso e adoraria ter a referência. Vamos conversar.
Beijinhos, amore.
Xeba é demais!!!
Já adotei.
Sobre o dandi já vale passar a referência mais divertida de todas: “Manual do Dandi: a vida com estilo”. Diversão garantida por Baudelaire, Balzac, D’Aurevilly! (Editora Autêntica).
As outras referências são de textos psicanalíticos de revistas… te passo (aliás seu xerox ficou comigo!)
Bjim
Nossa, vou correndo atrás desta referência. E quero as outras.
Acredita que estava procurando meu xerox aqui?
Ainda bem que está na fonte.
Tirei os cisos restantes e estou recuperando. Mas logo a gente marcar um encontro.
No casamento não rola de levar xerox na clutch, né?!
beijo!
Curti o look amiga 🙂
Que bom que gostou, Lelê! 🙂
Esta saia é lindinha, né?!
Beijo!