Vestido de folhas,
Vestido de letras

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Prossigamos com a nossa semana dedicada aos vestidos. Ao invés de pedir habituais e formais desculpas pelo sumiço nos últimos dias, ressalto que nosso compromisso não é com o relógio (com o tempo cronológico), mas com um certo desejo de escrita e refinamento da letra para os quais há um tempo outro, incerto.

O que está em causa, agora, especificamente, são os vestidos e a natureza. Passamos pelo traço de Gauguin, pelo seu desejo de conhecer o essencialmente natural. Mas antes mesmo que nos voltássemos para a obra deste pintor, a querida Lília Lima – cujo olhar tem sido preciso na leitura e na conjunta feitura da trama do nosso Vestido -, enviou-me algumas fotos de um projeto delicado que me capturou: Fashion in Leaves. Moda em folhas, Moda nas folhas. Indo além, podemos escutar no “leaves” (a princípio, “folha” na forma plural), o verbo “leave” (partir, conjugado na terceira pessoa do singular). Sobra uma preposição (in), mas, deixando-a de lado, temos “Fashion Leaves”. A moda parte.

Em Fashion in Leaves, Tang Chiew Ling, artista/designer da Malásia, se pergunta: é possível fazer moda com folhas? A artista se coloca esta questão a partir de sua prática, na qual explora diversos materiais para fazer poesia. Ling catou no jardim as folhas desperdiçadas pelas árvores e passou a tecer vestidos. Olhou para as folhas querendo lê-las, buscando nelas beleza, possibilidades. Encontrou diferentes formas, rugosidades, linhas, tons, variações. A partir disso, tendo como foco a elegância, ela teceu vestidos que se transformam com o tempo. Tecidos que mudam de cor/tom com o passar das horas. Por fim, ela desenhou partes de corpos de mulheres e, assim, vestiu a natureza de feminilidade.

Enchantée, Tang Ling. Merci.

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Audrey Hepburn se deu bem nessa.

Até mais!

Ben-day face

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Maquiagem inspirada nas histórias em quadrinhos e em obras de Roy Lichtenstein – por sua vez inspiradas nos comic books. Usa-se os Ben-Day dots – pontinhos espaçados que são um traço caraterístico da obra do artista. Ao encher suas obras desses grãos, Lichtenstein inspirou-se no aspecto estético das versões mais baratas das revistas em quadrinhos impressas à época.

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Maquiagem básica para uma quinta-feira de trabalho.

Roy Lichtenstein está na moda

Lichtenstein está super pop. Em 2013 foi inaugurada a exposição “LICHTENSTEIN: a Retrospective”, a primeira retrospectiva internacional da obra do artista. A exposição foi primeiramente apresentada no país de origem do artista, na National Gallery of Art (Washington, D.C.), em seguida passou pela Tate Modern (Londres) e agora se encontra no Centre George Pompidou (Paris), até 4 de novembro de 2013 (quem tiver a chance de ver, aproveite). Mais de cem (125) obras do artista integram a exposição e revelam fases pouco conhecidas de sua produção.

Nesta fonte bebem outros artistas. A moda permite parcerias bem sucedidas com o(s) estilo(s) Roy. Ao que parece, no entanto, os estilistas sempre se inspiram na Pop Art de Lichtenstein, explorando pouco as outras fases da obra do artista. De todo modo, os efeitos são interessantes, cheios de vida – em meio a temas bélicos.

Primeiramente, TOM FORD com ROY LICHTENSTEIN:

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E mais: na London Fashion Week 2013 apareceram repetidas vezes o contorno bem marcado, as cores, formas e temas explorados por Roy Lichtenstein:

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Roy Lichtenstein, Nude on beach, 1977
Michael Van Der Ham (esquerda, superior) & Osman (direita, inferior)

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Roy Lichtenstein, Meat, 1962
Christopher Kane

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Roy Lichtenstein, Baked potato, 1962
Vivienne Westwood, Red Label

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Roy Lichtenstein, Still life with goldfish, 1974
Fashion East, Claire Barrow

A pintura Nude on beach é incrível! E os peixinhos dourados deste último quadro?

Transposição da tela para o corpo. Ao olhar estas imagens, podemos pensar sobre possíveis métodos para transpor traços de obras que nos fisguem – pelo estilo – para o nosso vestir.

Até mais!

Fonte: http://www.tecnoartenews.com/

Pop Art:
O que exatamente torna os lares de hoje tão diferentes, tão atraentes?

Há uma ironia nessa pergunta, que intitula a obra/colagem de Richard Hamilton (datada de 1956), a qual se tornou um paradigma do movimento da Pop ArtUm movimento que expõe a massificação (em larga escala) operada pela cultura popular alimentada (ou melhor, super alimentada) pelo capitalismo. Reproduções em série, cópias de cópias, ícones do consumo, símbolos que se sustentam na lógica do “produto”. Esses eram temas tomados lúdica e ironicamente por artistas como Roy Lichtenstein e Andy Warhol, nas décadas de 50 e 60 (principalmente na Inglaterra e nos Estados Unidos), para escancarar que da lógica do “produto”, do “mercado” (consumo), da “reprodução” nem a arte escapa. O que os artistas fazem, então, é se apropriarem desta lógica para escancará-la/denunciá-la.

Esta semana o Vestido de Letras será invadido pela Pop Art. Começamos apresentando a colagem de Richard Hamilton, marco do início do movimento em questão:

O que torna os lares de hoje tão >>> Richard Hamilton (1956)

O que exatamente torna os lares de hoje tão diferentes, tão atraentes?, Richard Hamilton (1956)

O que precisamos “colar” em nossos lares, em nossos corpos, para sermos pop? Dá uma olhada nos blogs (como este?), no facebook e no Instagram para você ter idéias. Parece que a lógica é a mesma…

Mais uma inspiração, para começar o papo… Uma obra de Roy Lichtenstein cujo traço – que envolve a estética dos cartoons, o uso de onomatopéias e de imagens de mulheres loiras, cabelos chanel – vive sendo reproduzido até os dias de hoje (é tendência). O interessante é que a reprodução é a chave do movimento, que visa escancarar o vazio que o capitalismo potencializa.

Sleeping girl, Roy Lichtenstein (1964)

Sleeping girl, Roy Lichtenstein (1964)

Esta é a entrada. Logo logo tem mais.

Boa semana!

Júlia

Better than cheesecake

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Cheesecake é um doce deliciosamente estranho e familiar. O queijo confere um toque local (mineirinho) ao sabor, mas o doce é estrangeiro pelas suas origens. Marcas disso são as bolinhas que muitas vezes o recobrem: blueberry, cramberry, raspberry… hein? Mistura contrastante de efeito surreal: doce com sal, fruta com leite, texturas diversas. O cheesecake é um doce bem vestido.

O estilo pin-up – que data do fim do século XIX -, também é efeito de uma mistura interessante: sensualidade com doçura, força com leveza. A expressão better than cheesecake (melhor que cheesecake), muito empregada em elogios tecidos às pin-ups por volta de 1940/50, só pode dizer respeito a algo provocador dos sentidos. Por exemplo, uma mistura inusitada e linda: as marcas do estilo pin-up (lenços, cores vibrantes, penteados armados, maquiagem impecável) mescladas aos tons das peles negras. Isso, sim, pode (quem sabe) nos levar além da experiência sensorial proporcionada por um cheesecake. Com relação ao que nos proporciona um bom café com leite… aí depende… é com queijinho ou sem?

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Ah, mas precisamos considerar que há mãozadas (não pitadas) de machismo por trás dessa história que envolve as pin-ups. Elas eram modelos e atrizes que serviam de inspiração (erótica) para, dentre outros, os soldados americanos que serviam ao exército. Foi nesse contexto que elas, literalmente, bombaram. As fotos delas ficavam penduradas nas tendas dos acampamentos (daí o uso do termo pin-up, que significa pendurar). Ou seja, cerejinhas banhadas em sangue. Triste isso. As mulheres merecem mais. A humanidade também. Vamos catar os traços do estilo que essas beldades nos legaram e vamos além desta posição de objeto-símbolo sexual. Pin-up não precisa ser associado, necessariamente, a aspirador de pó, a qualquer utensílio doméstico, a uma fantasia de enfermeira, a uma parede de banheiro masculino, por aí vai… Os lencinhos e as cerejas precisam circular por outros espaços, de variadas formas, enfeitando os corpos que se identificarem com esses adereços.

Obrigada por acompanhar o blog!

Até!

Júlia

Tempo de Moda
no Vestido de Letras

Tons terrosos remetem ao telúrico (ao que é da terra), ao que é do chão, aonde os pés pisam e deixam seus traços. Remetem a sítio, lenço na cabeça, horta, montanha, animais, mão no barro. Aos metais, às rochas, à poeira que dança com o vento. Ao barroso, a terracota e definitivamente a uma certa sobriedade. Por isso mesmo, aos tons terrosos cabe acrescentar algum brilho, sem perder a simplicidade. Acredito que investir em preto, branco e tons terrosos é um bom caminho para a elegância. Ao lado do corpo, da roupa, brotam as flores. A roupa é a base para as cores que girarão em torno dela, que brotarão nas palavras. Sim, estou inspirada pelas imagens da coleção Flyinglow, da Julia Valle. O caminho se constrói é com o pé, sentindo a terra.

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Criei este look no portal Tempo de Moda, onde a criatividade pode gerar combinações interessantes. Mais uma vez, sugiro que experimentem!

Bom fim de semana!

Beijos,

Júlia

Flyinglow:
vôo e brilho de Julia Valle

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Conforme prometido, exibo, aqui, peças da recém-lançada coleção Flyinglow, da estilista mineira Julia Valle. Roupa com leveza e vôo. As peças produzem um efeito singular em cada corpo.

Vestido seda

Vestido seda

Vestido com vôo

Vestido com vôo

Vestido triângulo

Vestido triângulo

Vestido moulage cinza chumbo

Vestido moulage cinza chumbo

Casaco Moulage Plissado

Casaco Moulage Plissado

Bermuda leve

Bermuda leve

Regata print

Regata print

Saia

Saia prega

Casaco boucle costas

Casaco boucle costas

Vestido moulage

Vestido moulage

Vestido print

Vestido print

Overtule

Overtule

Duas coisas são preciosas em se manter um blog: a pesquisa que é suscitada e o compartilhamento do que se considera precioso.

Quem tiver interesse em ver a coleção de perto e adquirir alguma peça pode ligar para a Valquíria (mãe da Julia) e agendar uma visita ao ateliê da estilista – Casa Ramalhete, rua Ramalhete, 611, Serra, Belo Horizonte. O telefone da Valquíria é 8806 8517.

Abraços de asas,

Júlia

Descontinuum continuum

Um vestido de letras, literalmente. Um vestido revestido de palavras. Elas estão lá, inscritas. O que se tem a fazer – como num jogo de criança – é criar as ligações, de uma a outra, continuamente, sempre descontinuadamente. Entre uma palavra e outra: pausa, branco, não-palavra. É preciso costurar o ar até ir ao encontro do próximo significante a ser fisgado. De uma palavra à outra, infinitamente, mantendo o começo prosseguindo, a roupa vai ganhando forma. O corpo vai escrevendo e sendo escrito. O simbólico fisga o real, em alguns pontos. Vestido-pele-letra.

Nosso vestido começa a ser moldado por outros, antes de tomarmos a palavra. Um dia, a linha passa pelas nossas mãos. O que escrever? Que pele se pode tecer?

Poderia haver imagem mais literal do Vestido de Letras?

Esta é mais uma obra de Julia Valle, estilista/artista pesquisadora (www.juliavalle.com). Do site da artista retiramos o seguinte texto sobre a obra:

“O Continuum é um projeto cross-media e internacional, buscando colaborações infindáveis entre pessoas criativas de todo o mundo, a fim de produzir idéias autênticas e sensações sensoriais múltiplas. Foi fundado por Maja Mehle (Eslovênia) e Julia Valle (Brasil) e teve sua primeira exposição em Ljubljana, Eslovenia, na galeria SQUAT. Apresentou peças de vestuário exclusivas, fotografadas por Aljosa Rebolj, vídeo por Amir Admoni e trilha sonora por Alex Drimonitis. Abaixo, algumas imagens do projeto e arquivos para download.

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A bela nas fotos é a artista.

Toda minha admiração pelo trabalho desta moça tão querida.

Julia Valle acaba de lançar sua nova coleção – Flyingglow. Amanhã posto fotos das peças.

Beijos e boa semana!

Júlia

A costura do invisível:
o efêmero também pode permanecer

Philosophy in the Bourdoir, René Magritte, 1967

Philosophy in the Bourdoir, René Magritte, 1967

Uma roupa veste um corpo. Um corpo veste uma roupa. E o que vem a ser um corpo (vivo)? Pedaço de matéria que pulsa, que se manifesta, que se dirige ao outro? Uma imagem limitada/bordejada que capturamos através dos sentidos? Um corpo é uma imagem? Um corpo é uma roupa? Onde termina um corpo e começa o resto do mundo? Como é que o resto do mundo toca o corpo?  Onde termina o corpo e começa a roupa? Como a roupa toca o corpo? Como a roupa toca o resto do mundo?

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Estas são questões que pulsam insistentemente. Mais ainda ao ver as imagens do último desfile da carreira do artista plástico e estilista brasileiro (neto de japoneses) Jum Nakao. Em 2004, na Semana de Moda de São Paulo (SPFW), Nakao apresenta, no desfile que encerra sua participação no evento, imagens que abrem uma brecha para o que usualmente não vê na moda: “A costura do invisível”. O artista apresenta uma coleção que promove um cruzamento entre o estilo das roupas do final do século XIX (passado) e bonecos playmobil (contemporâneo). Presentifica a questão da efemeridade. As “fadas playmobil” – como ele as denominou – vestem roupas delicadíssimas, feitas de papel vegetal e cortadas a laser – ou seja, materializações da leveza e da fragilidade. De longe, não se podia perceber qual era o material usado nas roupas, apenas que elas tinham um aspecto translúcido, como um véu – que convida o olhar a ver.

Ao final do desfile, ao entrarem em fila para encerrarem a performance, as modelos surpreenderam a platéia ao rasgarem e destruírem as roupas que vestiam, provocando um rompimento com o protocolo esperado. A des-costura, a presentificação da efemeridade. Um gesto que permite perceber a moda de outra forma, permite ver além da imagem e pensar/sentir o processo de produção da vestimenta e de costura dela com/no corpo. Afinal, destruída a roupa, o que resta? O resto é o conceito, uma elaboração simbólica que marca o corpo do estilista, das modelos, dos espectadores, cada um de uma forma.

“A constura do invisível” permite olhar para um ponto cego (o do cruzamento corpo-imagem-letra-roupa), em um universo (moda e mais…) fixado à imagem. Jum Nakao afirma que uma das frases que nortearam a criação deste desfile é a seguinte: “o efêmero também pode permanecer”. Sim, pode. Desde que a costura vá além do imaginário, criando um ponto de letra entre o corpo e o que ele veste no mundo, isto é, amarrando o real (o que pulsa), o imaginário (os contornos que criamos onde não há) e o simbólico (a linguagem que fisga o corpo). A elaboração simbólica e também no ato permite isso. A roupa se vai, mas a letra permanece. Valeu pela sua costura do invisível, Nakao! Pela sua letra, pelo deslocamento… Mesmo!

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Neste caso, vale a pena assistir o desfile em movimento:

A costura do nosso Vestido de Letras também busca tocar o invisível. Em ponto de letra.

Beijos,

Júlia

Vamos vestir Magritte

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Expressar-se artisticamente livre do controle do pensamento. Criar sem se ater a padrões estéticos ou morais. Compor novas formas de modo que o funcionamento do pensamento venha à tona, fazendo ver suas contradições, falta de lógica, bizarrices, seus elementos surreais. Fazer dos sonhos material de trabalho. Produzir uma arte que não seja escrava da racionalidade e dos padrões vigentes.

Estes eram alguns dos princípios do surrealismo, movimento artístico encabeçado pelo poeta, crítico e psiquiatra francês André Breton, na década de 20. Fortemente influenciado pelas inovadoras idéias de Freud – o qual considerava os sonhos a via régia de acesso ao inconsciente -,  o surrealismo enfatiza o papel do inconsciente na atividade criativa, propõe que o fazer artístico seja realizado em estado de automatismo psíquico – ou associação livre – buscando atingir uma realidade superior, descrita como “maravilhosa” no Manifesto Surrealista de 1924.

O surrealismo foi fortemente influenciado pela psicanálise. Salvador Dali, Luis Buñuel, Max Ernst, Antonin Artaud e outros artistas criavam formas que deixavam ver que a riqueza do pensamento humano, que vai muito além do que costumamos dizer ou mesmo pensar que pensamos. Mas, e se a estética proposta pelos surrealistas invadisse o campo da moda? Como fazer ver o funcionamento inconsciente nas roupas, nas composições, naquilo que adorna o corpo? Como fazer a corpo sonhar? Como sonhar com as roupas estando acordado?

O fotógrafo Andrew Matusik inspirou-se em Magritte e fez um belo ensaio para a Revista Genlux, no inverno de 2008. O resultado é muito interessante, associando a elegância ao Estranho. Ontem, em nosso Look do Dia com Arte, nos inspiramos em uma das fotos deste ensaio. Hoje trago, para vocês, mais fotos do editorial. Afinal, é impossível pensar moda sem sonho e este sonho não precisa, necessariamente, ser o da princesa e seus sapatinhos. Podemos extrair formas mais complexas, únicas, bizarras da dimensão onde realmente somos e nem pensamos.

Observação: atenção para os penteados!

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Processo de composição. Da inspiração em Magritte à foto do editorial:

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Preto e branco bombaram no ensaio. Maravilha!

A proposta do Vestido de Letras vai de encontro à deste editorial: se inspirar em fontes interessantes, incluir novas formas em seu modo de se colocar no mundo. O surrealismo é um bom ponto de partida, de abertura.

Espero que tenham gostado. Boa quinta-feira!

Beijos,

Júlia