A arte da culinária falsa gorda:
cupcake de abobrinha com nozes

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Eu já estava com saudade da tag Falsa gorda, que traz dicas de receitas cujos produtos finais têm o gosto do pecado (do pecado gostoso) e que são saudáveis. Como contei neste post (é só clicar na palavra “post” para ler mais), a Carol, amiga e colaboradora do blog, anda se aventurando pelas constelações intergaláticas do universo da culinária (saudável)  e anda preparando delícias .

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Com a palavra, a autora da obra:

“Acreditem gente, abobrinha é um alimento neutro! Este cupcake fica fofinho e delicioso, além de ser o mais light dentre os lights! Sem adição de açúcar, lactose ou glúten, foi eleito o mais gostoso pelos degustadores da minha casa (rs). E o preparo é super fácil. Vamos lá?!

Ingredientes:

– 400g de farinhas saudáveis: farinha de banana, aveia, arroz, linhaça, etc. Eu vario ao máximo os tipos de farinha, para aproveitar o benefício de cada uma delas e para agregar diferentes sabores. Use as que você tiver em casa. O importante é que, ao todo, você utilize 400g de farinha;

– 2 colheres (sopa, rasas) de aveia;

– 5 ovos, sendo 5 claras e uma gema;

– 1½ abobrinhas raladas;

– 2 colheres (chá) de canela;

– 1 xícara de nozes moídas (na maioria dos supermercados é possível comprá-las já moídas);

– 1 colher (chá, bem cheia) de fermento;

– 5 colheres (sopa) de frutose (adoçante para doces) ou 1 xícara de açúcar mascavo;

– 1 colher de essência de baunilha;

– 1 xícara de óleo de coco;

– Creme de alfarroba com avelã a gosto.

Modo de preparo:

Bata as claras em neve e depois adicione a gema e a frutose.

Misture todos os ingredientes, exceto o creme de alfarroba.

Unte as forminhas de cupcake com óleo de coco e preencha-as com a mistura preparada.

Leve as forminhas cheias ao forno (temperatura baixa – 180 graus).

Agora fique de olho! Os bolinhos devem ficar prontos dentro de 30 minutos…

Retire as forminhas do forno e enfeite os cupcakes com creme de alfarroba.

Espero que se deliciem com os cupcakes saudáveis!

Vocês também podem fazer um bolo com esta receita, usando uma forma única e maior (sugiro as retangulares, com medidas de mais ou menos 25cm X 10cm).

Ah, vale lembrar: abobrinha estraga rápido. Como a receita não leva conservantes (o que é ótimo!), guardem cupcakes (ou o bolo) na geladeira depois de prontos e não esperem que eles durem muitos dias. Mas, gostoso como ficam, isso nem tem muita chance de acontecer. Vocês verão!

Depois me contem, nos comentários, sobre o que acharam desta receita do nosso projeto Falsa Gorda e sobre as experiências de vocês com os cupcakes/com o bolo. Sintam-se livres para fazerem acréscimos/modificações na receita original e dividam aqui os resultados. Cada corpo aumenta um ponto!

Espero que fiquem tão deliciosos quanto os que eu já fiz. A Júlia mesmo me encomenda todo dia e sempre que eu faço ela pede um. Nem sempre consigo guardar… 🙂

Um beijo para vocês e até a próxima!

Carol

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A Carol arrasa! O mais delicioso é a generosidade dela em querer compartilhar os sabores que produz e ver a carinha feliz (e de gula) das pessoas provando suas invenções. Vale dizer que ela tem uma vida super agitada e, ainda assim, arruma um tempinho para fazer essa “caridade”.

Algumas informações adicionais:

– A forma para cupcake que a Carol usa pode ser encontrada aqui (é só clicar aí!). Ela disse que é ótima;

– O creme de alfarroba vocês podem encontrar em uma loja de produtos orgânicos e funcionais chamada Saluteria (clique no link para acessar o site da loja). O endereço: Rua Felipe dos Santos, 488, Lourdes, Belo Horizonte, Minas Gerais. Sou freguesa da loja, que  tem uma variedade enorme de produtos. Abaixo, foto do creme de alfarroba:

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A Carol indicou uma loja online onde se pode encomendar o creme de alfarroba: esta loja (que tem preço bom).
Cozinhar envolve o corpo, demanda certo cuidado e tem durações variáveis. O produto final é sempre uma surpresa. Por isso, tem a ver com a questão dos gestos, de um saber-fazer com o corpo, da relação com o outro e da singularidade que abordamos por aqui.

Se quiserem compartilhar receitas e dicas relacionadas ao tema, isso será mais do que bem vindo! O que é bom precisa circular para encher de sabores, delícias e generosidade as vidas por aí.

Obrigada por compartilhar suas invenções de moda, Carol!

Beijos!

Júlia

Segunda Magra: Bolo Falsa Gorda

Na última semana recebi um presente delicado e saudável de uma amiga. A amada Carol (Carolina Homem, Fifi) – que anda se aventurando pelas constelações intergaláticas do universo da culinária (saudável) – preparou um bolo delicioso que nomeou de Bolo Falsa Gorda. Adorei o nome! O quitute tem cara e gosto do pecado, mas não causa danos à saúde. Muito pelo contrário. Imaginem isto: podemos nos lambuzar de um maravilhoso bolo de chocolate, sem culpa!  Como?

Antes de revelar a fórmula mágica, retomo a história do presente. Começou assim: a Carol postou uma foto do Falsa Gorda no whatssap. Deixou as amigas com água na boca! Eu consegui sentir o cheiro do bolo que nunca havia provado! Sabem como é… Então, fui logo me pronunciando, dizendo que queria provar daquela belezura… mas (quenquenquenquen), a correria daquele dia me impedia de sucumbir ao desejo de largar tudo por um chá das cinco com minha querida e o Falsa Gorda. Pois eis que a Carol, no meio de sua própria labuta, deu um jeito de passar na minha casa e deixar uma fatia generosa do bolo, de presente. Nem lá eu estava para recebê-la. Quando cheguei, me aguardava, fresquinho, o precioso pedaço do bolo mágico, uma barrinha de alfarroba com banana (amo!) e um recadinho desses que só ela escreve (que já está pregado na geladeira). Um mimo. Grata pelo amor em pedaços, Carol!

Gostei tanto, mas tanto (!!!) do bolo que pedi à Carol para compartilhar a receita. Ela logo topou. Na verdade, ela será uma colaboradora do blog pois tem muitas dicas legais para compartilhar e vem pesquisando muito sobre culinária saudável. Então, seja bem vinda, Carol!

Carol, mestre cuca do bolo Falsa Gorda

Carol, mestre cuca do bolo Falsa Gorda

“A  Jú me pediu para compartilhar no blog a receita do bolo Falsa Gorda. Esse bolo é um sucesso aqui em casa. Quando faço, acaba tudo na mesma hora. O detalhe é que ele é feito sem açúcar, sem glúten e sem lactose! Esse bolo é um acordo entre o paladar, a saúde e a magreza! E é super simples e rápido.  Então vamos ao que interessa!

 1. Compota de frutas:

Ela irá adoçar o seu bolo. Pegue as frutinhas que você tiver em casa (na última vez que preparei, usei duas maçãs descascadas, uma banana, cinco ameixas secas e cinco damascos secos). Pique as frutas e coloque-as com um pouco de água em uma panela pequena. Deixe apurar em fogo baixo até as frutas ficarem “molinhas”.  Tire o excesso de água e, então, bata as frutas no liquidificador até formarem uma massa mais ou menos uniforme.

Obs: Reserve alguns pedacinhos de  frutas para agregar à massa. No último, separei dois damascos e alguns pedacinhos de banana.

2. A Massa

Em uma tigelinha misture (bem):

 – 1 xícara (chá) de farinha de aveia;

– ½ xícara (chá) de farelo de aveia;

– ½  xicara (chá) de farinha de banana;

– 1 colher (chá) bem cheia de fermento;

– 1 colher (sopa) de linhaça dourada ;

– 4 ovos, usando as 4 claras e apenas 1 gema (porque o nosso bolo é light!);

– 2 colheres (sopa) de cacau em pó;

– 2 colheres (sopa) de frutose ou açúcar mascavo. Se você não quiser usar adoçante é só não colocar o cacau (mas eu não fico sem o gostinho do chocolate);

– 5 a 7 nozes (pique-as em pedaços grandes pra dar crocância ao bolo)

– As frutinhas que você reservou.

Obs: se você não tiver todos os ingredientes em casa, não tem problema. Você pode usar só um tipo de farinha, por exemplo. Ou substituir ingredientes: nozes por castanha, linhaça por chia. Pode ser criativo(a)!

Para untar a forma, corte de uma a duas bananas por inteiro até cobrir a forma. Além do gostinho de banana, você não precisará colocar manteiga para untar o tabuleiro ou a forma. Se você quiser desenformar o bolo, cubra a forma com papel alumíno antes de untar.

Misture todos os ingredientes e coloque-os na forma. Coloque um pouco de mel por cima para dar brilho quando o bolo ficar pronto.

 Coloque em forno baixo (240°C). No meu forno, leva 25 minutos para assar. O cheiro irá infestar a casa de aromas deliciosos. E quando ficar pronto você poderá se deliciar sem culpa!

Para enfeitar, salpico pedacinhos de chocolate de soja sobre o bolo já pronto.

Depois me contem sobre suas experiências com o bolo Falsa Gorda!

Beijos, Carol.”

Falsa Gorda saindo do forno

Falsa Gorda saindo do forno

Fatia do Falsa Gorda, decorado com mel.

Fatia do Falsa Gorda, decorado com mel.

Quem quiser falar com a Carol (para dúvidas, sugestões, etc), pode escrever um comentário neste post.

Valeu, Carol!

Até breve!

Dia do trabalha(dor)

Feriado bom para nos sentirmos menos atrasados em relação a tudo: aos textos a serem lidos, aos textos a serem escritos, às palavras a serem trocadas, às questões a serem pensadas, às tarefas domésticas penduradas, ao devaneio que fica só pulsando em meio ao batidão do dia-a-dia. Sinto que hoje é um parênteses, um suspiro – não tem cara nem de quarta, nem de sexta, nem de sábado, nem de domingo… Bom pra nos colocar em suspenso, em pleno dia do trabalhador.

E já que é dia do trabalhador, divido aqui algo que descobri há pouco tempo sobre a palavra “trabalho“. Tenho pensado muito sobre ela, sobre o que significa trabalhar e como se dá a escolha (em cada caso, para cada sujeito) de um trabalho. Apesar de toda a pressão do mercado, corre por aí a idéia de que deve-se escolher um trabalho que seja prazeroso, que traga, a quem trabalha, alegrias, realização. Fala-se até em descansar trabalhando. A idéia do #Ilovemyjob faz crer que é possível trabalhar amando, vibrando, constantemente. Será?

A palavra trabalho, em suas origens, não tem a ver com prazer, mas com tortura. Buscando pela etimologia da palavra, descobri que seu significado remonta à origem latina tripalium, que significa “três paus”.  O  tripalium era um instrumento utilizado para subjugar os animais e forçar os escravos a aumentar a produção. Trata-se de um mecanismo/instrumento de tortura. Vão-se os objetos, ficam as palavras. Por volta do séc. XII, o termo já tinha ingressado nas línguas românicas – traball, traballo e trabalho (Port.); travail (Fr.); trebajo, trabajo (Esp.); travaglio (It.). Na França rural, até hoje, travail serve, também, para designar uma variante do tripalium que na atualidade assume a forma de uma estrutura de madeira destinada a imobilizar o cavalo para trocar ferraduras ou efetuar pequenas intervenções cirúrgicas. Ou seja, a palavra trabalho remete a tormento, agonia, sofrimento. A origem de um nome não é pouca coisa. Talvez o significado original da palavra sempre ecoe nos usos posteriores. Mas, daí, nos perguntamos: dá pra amar o trabalho? Como construir um modo de trabalho possível e que não seja agonizante, atormentador, sofrido, torturante?

Mas, já que o dia do trabalhador é dia de descanso, dá para ficar relax e filosofar sobre a questão. Nesse clima brando (sem torturas), trago, então, um fragmento do dia de hoje: a delícia do prato do almoço.

almoço