Tempo de Moda
no Vestido de Letras

Meteo_23_08_13

Pop_Art_23_08_13

Os dias têm estado iluminados, o inverno é claro. Pouquíssima humidade, muito vento, muito sol. Há algo na abundância de luz que dilui a noção do tempo: em que mês estamos?

Ainda que haja luz, cada um tem que se haver com o acinzentado que se instaura em cada corpo com o passar do tempo, com o passar da vida através dos olhos. É inevitável: o olhar e as palavras são coloridos pelo cinza da fresta que se vê – repetidas vezes – entre o que se imagina e que o se realiza. O tempo desbota. Mas o cinza tem sua beleza. E para que o cinza seja a marca de uma boa dose de realidade, pode-se recorrer aos ventos e sóis para alumbrar o dia (como propõe a poeta Ruth Silviano Brandão). Pode-se recorrer às cores, aos baldes de tinta, às peças coloridas, aos desenhos animados e histórias em quadrinhos, à poesia, à arte.

Em clima de Pop Art, resolvi criar, para esta sexta-feira ensolarada e pouco fria, este look marcado por rosa e azul – cores fortes e contrastantes. Geralmente, ao criar produções com cores, escolho duas que sejam distantes na paleta, mas que caiam bem juntas, assim, pela diferença. E na história toda fico brincando com elas. Arco-íris bicolor para um olhar ávido de tons vivos.

Criei esta produção virtual no portal Tempo de Moda. Lá você pode fazer um exercício interessante de criatividade e composição ao montar looks de acordo com a previsão do tempo para a sua cidade. Além disso, todas as peças podem ser adquiridas através do portal.

Bom fim de semana!

Ben-day face

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Maquiagem inspirada nas histórias em quadrinhos e em obras de Roy Lichtenstein – por sua vez inspiradas nos comic books. Usa-se os Ben-Day dots – pontinhos espaçados que são um traço caraterístico da obra do artista. Ao encher suas obras desses grãos, Lichtenstein inspirou-se no aspecto estético das versões mais baratas das revistas em quadrinhos impressas à época.

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Maquiagem básica para uma quinta-feira de trabalho.

Roy Lichtenstein está na moda

Lichtenstein está super pop. Em 2013 foi inaugurada a exposição “LICHTENSTEIN: a Retrospective”, a primeira retrospectiva internacional da obra do artista. A exposição foi primeiramente apresentada no país de origem do artista, na National Gallery of Art (Washington, D.C.), em seguida passou pela Tate Modern (Londres) e agora se encontra no Centre George Pompidou (Paris), até 4 de novembro de 2013 (quem tiver a chance de ver, aproveite). Mais de cem (125) obras do artista integram a exposição e revelam fases pouco conhecidas de sua produção.

Nesta fonte bebem outros artistas. A moda permite parcerias bem sucedidas com o(s) estilo(s) Roy. Ao que parece, no entanto, os estilistas sempre se inspiram na Pop Art de Lichtenstein, explorando pouco as outras fases da obra do artista. De todo modo, os efeitos são interessantes, cheios de vida – em meio a temas bélicos.

Primeiramente, TOM FORD com ROY LICHTENSTEIN:

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E mais: na London Fashion Week 2013 apareceram repetidas vezes o contorno bem marcado, as cores, formas e temas explorados por Roy Lichtenstein:

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Roy Lichtenstein, Nude on beach, 1977
Michael Van Der Ham (esquerda, superior) & Osman (direita, inferior)

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Roy Lichtenstein, Meat, 1962
Christopher Kane

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Roy Lichtenstein, Baked potato, 1962
Vivienne Westwood, Red Label

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Roy Lichtenstein, Still life with goldfish, 1974
Fashion East, Claire Barrow

A pintura Nude on beach é incrível! E os peixinhos dourados deste último quadro?

Transposição da tela para o corpo. Ao olhar estas imagens, podemos pensar sobre possíveis métodos para transpor traços de obras que nos fisguem – pelo estilo – para o nosso vestir.

Até mais!

Fonte: http://www.tecnoartenews.com/

Pitty Braga:
moldura para o olhar

O movimento da Pop Art é marcado pela abundância de cores fortes, vivas, contrastantes. As moças (girls) de Roy Lichtenstein têm cabelos chanel, aparência de boneca. O artista deixou como traço característico de sua arte (pop) o emprego repetitivo de bolinhas, a apresentação de loiras de cabelos curtos, os grafismos, as onomatopeias explodindo na tela. Mas, se até o papa é pop, as morenas também podem ser. 

As obras de Roy Lichtenstein inspiram muitos por aí. A partir de um editorial da Vogue Japão clicado pelo fotógrafo Lacey, com maquiagem de Andrew Gallimore e styling de Beth Fenton, Pitty Braga fez uma produção (cabelo e maquiagem) com toques de Pop Art. Um vestido/enfeite para o rosto, que emoldura o olhar e faz com que realmente algo novo se produza no corpo através dos toques das mãos, dos pincéis, das cores… algo para além das aparências.

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mao

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costas

lateral

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O mais interessante de uma produção como esta é que ela é transitória. Tantos toques e retoques efêmeros. Mas algo resta no corpo, no olhar.

Seguem dados para contato da Pitty Braga:

Pitty Braga – Cabelo e Maquiagem
Facebook – Pitty Braga (clique aí!)
Instagran – pittybraga
email- pittybraga@live.com
Salão Jacques Janine – BH 
Rio Grande do Sul, 1280, Lourdes
33373337

Abraços,

Júlia

Tempo de Moda
no Vestido de Letras

Tons terrosos remetem ao telúrico (ao que é da terra), ao que é do chão, aonde os pés pisam e deixam seus traços. Remetem a sítio, lenço na cabeça, horta, montanha, animais, mão no barro. Aos metais, às rochas, à poeira que dança com o vento. Ao barroso, a terracota e definitivamente a uma certa sobriedade. Por isso mesmo, aos tons terrosos cabe acrescentar algum brilho, sem perder a simplicidade. Acredito que investir em preto, branco e tons terrosos é um bom caminho para a elegância. Ao lado do corpo, da roupa, brotam as flores. A roupa é a base para as cores que girarão em torno dela, que brotarão nas palavras. Sim, estou inspirada pelas imagens da coleção Flyinglow, da Julia Valle. O caminho se constrói é com o pé, sentindo a terra.

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Criei este look no portal Tempo de Moda, onde a criatividade pode gerar combinações interessantes. Mais uma vez, sugiro que experimentem!

Bom fim de semana!

Beijos,

Júlia

Tempo de Moda no Vestido de Letras:
Olivia Palito forever

Preto, branco e vermelho. Eu poderia me vestir assim todos os dias (já abordei essa mistura aqui). É a combinação que mais encontra lugar em meu corpo. Por quê? Não sei. O toque navy (estilo marinheiro) é lindo. E a Olívia Palito faz parte das primeiras figuras com as quais convivi na infância. Sempre admirei a elegância dela. Confesso que há uma facilidade e praticidade em apostar em uma combinação que se sabe que funciona (pelo menos para os seus olhos). Mas a mistura nem é tão fácil porque o limite entre uma produção interessante e elegante e uma produção muito infantil é tênue. Neste sentido, a escolha de peças com formatos mais clássicos oferece certa segurança. E prefiro quando o vermelho aparece nos acessórios – como pontos de cor – especialmente nos pés.

Desta vez me inspirei em looks já criados para montar minha produção do dia no Tempo de Moda. Resolvi que o vermelho apareceria nos pés e escolhi este sapato lindo (mistura de boneca com scarpin). Achei o modelo dos mais acertados que já vi (um dia ainda terei um desses sapatinhos vermelhos). Shorts porque os raios de sol esquentam nosso belo horizonte repleto de lindos ipês (maravilha). Mistura de preto e branco. Pronto! Para a brisa da noite, meia calça e lenço no pescoço (quem sabe em tom caramelo, como em uma das fotos-inspiração). Adorei a combinação!!!

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Imagens que inspiraram a composição:

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Vocês já brincaram de compor looks no Tempo de Moda? Recomendo o exercício!

Beijos,

Júlia

Look do dia na Pintura:
Suzanne Valadon e as calças listradas

O quarto azul, Suzanne Valadon, 1923

O Quarto Azul, Suzanne Valadon, 1923

A obra O quarto Azul, de Suzanne Valadon, retrata uma figura cuja imagem destoa de grande parte dos retratos em que as mulheres encontram-se nesta pose: deitadas, usualmente nuas. Neste quarto azul há uma mulher cujo olhar não se dirige à pintora da obra. Seu olhar é para o Fora. Livros, um cigarro, cabelos presos. O corpo dela é farto e a silhueta marcada por peças de cores contrastantes. A imagem carrega um ar de conforto, e sua protagonista um sex appeal singular. Linda a mistura das listras verdes e brancas da calça larga com a camiseta rosa claro, com alças duplas (a cor rosa ganhará espaço na próxima estação, primavera/verão 2013). O soutien não aparece. Talvez tenha sido rasgado. Nestes traços de perfume feminista, há espaço para livros e cigarro. A mulher também pode se colocar assim – e assado -, como quiser. Ela não precisa estar nua para ocupar a parede de um museu. A mulher pode ser retratada de várias formas, pois não é uma. A mulher não é o que se espera dela. A mulher não é aquela. A mulher não é. Precisa se inventar.

Suzanne Valadon foi garçonete e trapezista em Paris. Só deixou a vida circense en função de uma queda. Da queda, o salto. Passou a trabalhar como modelo para pintores como Renoir e Toulouse-Lautrec. Observando o trabalho desses artistas enquanto posava para eles, incorporou traços e técnicas. Indo além, imprimiu seus riscos com pincéis. Tornou-se pintora. Edgard Degas comprou algumas de suas peças. Em 1894 Valadon foi a primeira mulher a fazer parte da Sociedade Nacional de Belas Artes da França.

Quis trazer este look criado por Valadon porque fiquei absolutamente encantada com a mistura dos tons mais quentes da roupa e dos livros com os tons mais frios do quarto. Experimentei tampar os livros e observar o quadro. Agora destampem os livros (que têm tons quentes). Para onde vai o seu olhar em cada caso?

Acho a estampa de listras da calça extremamente elegante, sobretudo em peças largas. Para o meu gosto, as calças listradas são mais lindas se forem pantalonas (de modelagem ampla). Se as listras forem em preto e branco, vão vem com vermelho, laranja, azul. Vejam alguns exemplos nas imagens abaixo:

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Costumo desgostar (mesmo, com força!) de calças justas listradas. Acho brega. Gosto de algumas peças que fogem das tradicionais listras P&B e, também, quando as listras P&B são finas. Enfim, fujo das justas que são “tendência” atualmente. Gosto de peças assim:

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Entre 24 de maio e 14 de julho deste ano (2013) o Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro (CCBB/RJ) recebeu a exposição ELLES: Mulheres artistas na coleção do Centro Pompidou. A exposição de Arte Moderna e Contemporânea reuniu trabalhos de artistas mulheres – as quais só ganharam espaço como protagonistas no universo da pintura após meados do século XVII. Até então as mulheres ocupavam a função de modelo e inspiração para pinturas, mas não a de protagonistas. A exposição ELLES reúne obras maravilhosas, tem um cunho político e me inspirou na escrita do texto do post de hoje. Aos poucos vou trazendo mais obras que integraram a exposição. Tem tudo a ver com o Vestido de Letras.

Pessoal, tem um link aí em baixo “Deixe seu comentário/Leave your comment”. Claro que comentar é opcional, mas adoraria que vocês deixassem suas marcas. Se não eu fico falando sozinha. haha

Forte abraço,

Júlia

Tempo de Moda
no Vestido de Letras

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A produção de hoje foi criada com base na previsão do tempo – como sempre acontece no Tempo de Moda – e inspirada em um videoclipe do Washed Out que uma querida amiga (Luisa Horta) me apresentou. O clipe é repleto de flores coloridas, assim como este vestido florido que fisgou meus olhos desde a primeira vez que o vi, em uma vitrine. Coloquei o vestido duplicado porque entrei na onda meio psicodelic-India do clipe. 🙂

Acho interessante peças com fundo preto e estampas florais vibrantes. Este tipo de combinação/estampa tem aparecido muito em editoriais e desfiles pelo mundo afora. Quanto ao coturno, considero uma peça chave (com meia calça preta fica super charmoso). Contrastando com outras peças que têm um “cheirinho” mais romântico (ou não), conferem uma força e um peso legais às produções. Como gosto de peças mais delicadas, vez ou outra acrescento uma bota deste tipo para sair do romantismo meloso, do mamão com açúcar, do visual boa moça. O cinto eu acrescentei como uma aposta. Teria que testar se fica bem no corpo, sobreposto ao vestido que tem desenhos tão grandes na estampa. Mas acho que vestidos deste tipo pedem um cinto na cintura alta, para marcar e dividir a silhueta (pelo menos no caso de quem se assemelha mais a um retângulo ou triângulo, como eu). Como o cinto que escolhi tem uma fivela com formato mais clássico,  pode “bater” de uma forma legal com o coturno. Cabelo preso, batom, um pouco de lápis de olho e rímel. Pronto, fui!

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Recomendo irem ao site Tempo de Moda (parceiro do Vestido de Letras) criarem vocês mesmos. Há várias peças disponíveis e vocês podem montar suas galerias de fotos, que podem servir de painel de inspirações no dia-a-dia. Além disso, muitas peças estão em promoção, com preços bons. Recomendo.

Beijinhos,

Júlia