Cheesecake é um doce deliciosamente estranho e familiar. O queijo confere um toque local (mineirinho) ao sabor, mas o doce é estrangeiro pelas suas origens. Marcas disso são as bolinhas que muitas vezes o recobrem: blueberry, cramberry, raspberry… hein? Mistura contrastante de efeito surreal: doce com sal, fruta com leite, texturas diversas. O cheesecake é um doce bem vestido.
O estilo pin-up – que data do fim do século XIX -, também é efeito de uma mistura interessante: sensualidade com doçura, força com leveza. A expressão better than cheesecake (melhor que cheesecake), muito empregada em elogios tecidos às pin-ups por volta de 1940/50, só pode dizer respeito a algo provocador dos sentidos. Por exemplo, uma mistura inusitada e linda: as marcas do estilo pin-up (lenços, cores vibrantes, penteados armados, maquiagem impecável) mescladas aos tons das peles negras. Isso, sim, pode (quem sabe) nos levar além da experiência sensorial proporcionada por um cheesecake. Com relação ao que nos proporciona um bom café com leite… aí depende… é com queijinho ou sem?
Ah, mas precisamos considerar que há mãozadas (não pitadas) de machismo por trás dessa história que envolve as pin-ups. Elas eram modelos e atrizes que serviam de inspiração (erótica) para, dentre outros, os soldados americanos que serviam ao exército. Foi nesse contexto que elas, literalmente, bombaram. As fotos delas ficavam penduradas nas tendas dos acampamentos (daí o uso do termo pin-up, que significa pendurar). Ou seja, cerejinhas banhadas em sangue. Triste isso. As mulheres merecem mais. A humanidade também. Vamos catar os traços do estilo que essas beldades nos legaram e vamos além desta posição de objeto-símbolo sexual. Pin-up não precisa ser associado, necessariamente, a aspirador de pó, a qualquer utensílio doméstico, a uma fantasia de enfermeira, a uma parede de banheiro masculino, por aí vai… Os lencinhos e as cerejas precisam circular por outros espaços, de variadas formas, enfeitando os corpos que se identificarem com esses adereços.
Obrigada por acompanhar o blog!
Até!
Júlia
É engraçado porque, olhando essas fotos, elas nem parecem mais eróticas. Me parecem até bem discretas, nesse mundo escancarado. Rsrs…
Lindas, femininas, coloridas e mais rechonchudinhas também. Elas são mesmo uma inspiração, com seus lencinhos e cerejas!
Carol,
Eu escolhi umas pin-ups mais recatadas pra colocar aqui. Há outras imagens mais calientes. Mas, sim, acho que as imagens que têm apelo erótico são outras, isso é de época mesmo – como você aponta. Estamos mesmo no mundo do escancarado. Nesse mundo acho que a discrição fica mais charmosa.
Adorei os adjetivos que você trouxe… principalmente o “rechonchuda”. Muito tempo que não escutava esta palavra gostosa.
Um beijo!
Júlia eu adoro cheesecake é meu doce predileto, especialmente, em New York. Adorei o seu post com as lembranças das doces combinações do sabor do queijo e das frutas (sempre vermelhas). Também a lembrança das mulheres negras maravilhosas que definiram um estilo. Elas são lindas.
Beijos.
Roseni
Cheesecake e NY… nada mal!!! Que bom que você gostou do post e que saboreou ele trazendo essas imagens.
Admiro muito as mulheres negras. Lindas e estilosas… Em NY pulsam estilo!
Bjos!
Hummm, deve ser delícia o doce!
Muito bem colocado que o lugar da mulher é outro, pra além da inspiração masculina.
Beijos querida!
Roberta, querida,
você precisa experimentar o cheesecake! mesmo!
obrigada pela leitura sempre delicada.
beijo.